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Nesse carnaval não extrapole: jogue o lixo na lixeira

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Carnaval em São Paulo. Foto: André Marques Albuquerque

Nesse ano, São Paulo terá 570 blocos de Carnaval que se apresentarão em diversas regiões da cidade. Época festiva, em que a megalópole fica repleta de foliões, até mesmo de outros municípios, que vem se divertir nos tradicionais bloquinhos de ruas.

Por outro lado, a cidade acaba gerando uma grande quantidade de lixo, que são deixados para trás durante as horas da folia. E pior: fora das lixeiras, espalhado pelas guias, calçadas, boca de lobo, ruas e avenidas.

Mesmo que esse cenário ainda seja constante, alguns foliões conscientes vêm tentado gerar menos lixo. Carla Rigoldi e Viviane dos Santos são frequentadoras de blocos de rua e sempre procuram pela lixeira mais próxima para descartar as embalagens de bebidas consumidas durante a comemoração do Carnaval.

A mineira Viviane dos Santos, que há muito tempo pula Carnaval em São Paulo, confessa que nessa época costuma dobrar o consumo de garrafas de vidro e latas de alumínio. “O clima festivo leva a um maior consumo e geração de lixo, então deveria ser um hábito natural procurar por uma lixeira para descartar”, conta.

Já a publicitária Carla Rigoldi frequenta blocos de carnaval em que a oferta de copos plásticos com bebidas é maior. “Tento ficar sempre com o mesmo copo durante toda a festa para não ficar usando vários desnecessariamente”, diz. Seguidora de bloquinhos de rua menores e com poucas pessoas, ela acredita ser mais fácil achar uma lixeira próxima para descartar o copo e as latinhas que consumiu na região de Pinheiros, onde ficam suas festas preferidas.

O que Viviane e Carla têm em comum é que elas sabem o quanto o simples ato de descartar corretamente os resíduos pode facilitar o trabalho da limpeza de servidores públicos e catadores que coletam latas de alumínio durante essa época.

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Lixo no Centro de São Paulo. Foto: Rolê

Carnaval da Reciclagem

Quem está na operação da coleta de lixo gerado durante o Carnaval de São Paulo é a AMLURB (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana). O órgão se preparou para operar nessa época festiva com cerca de 1.840 profissionais intercalados por turnos, incluindo varredores, fiscais, motoristas e coletores. Uma frota de 214 veículos, entre eles, caminhões, varredeiras mecanizadas, bicicletas e mototriciclos dedicadas a operação de limpeza urbana e cerca de 3.500 equipamentos, como Pontos de Entregas Voluntárias (PEVs), cestos aramados e contêineres.

O objetivo do reforço é resgatar o máximo possível de resíduos descartados nas vias, a fim de encaminhar 100% do material recolhido para a reciclagem. Foram coletadas cerca de 229 toneladas de resíduos no final de semana pré-Carnaval, que ocorreu nos dias 23 e 24 de fevereiro.

Os materiais foram encaminhados as Centrais Mecanizadas de Triagens da Loga e da Ecourbis, concessionárias responsáveis pela coleta seletiva na cidade. Esses locais possuem máquinas automatizadas de reciclagem, consideradas as mais modernas da América Latina, que fazem a separação dos resíduos, que são posteriormente encaminhados para a reciclagem. Saiba mais aqui.

Além da ação tecnológica das máquinas recicladoras, a separação também é feita de forma manual pelos profissionais das cooperativas que atuam dentro dessas centrais mecanizadas.

O coordenador da Cooperativa Vira Lata, Wilson Pereira, que atua dentro da central de triagem da Loga revela que os resíduos parcialmente separados no pré-carnaval resultaram em mais de 4 toneladas de plástico PET, em sua maioria garrafas de refrigerante e água, e mais de 4 toneladas de garrafas de vidro, geralmente de cervejas.

Só as latas de alumínio que foram coletadas em menor número: 200 quilos. “Como o mercado de reciclagem desse material é muito visado, é normal que ele já tenha sido recolhido antes por algum catador”, explica Wilson.

O catador de latinhas, Rogério Salatiel é um dos profissionais de coleta que se beneficia com o excesso do consumo de latas nessa data comemorativa. Acostumado a coletar latinhas apenas dentro do metrô, ele muda a rotina e vai para as ruas com o objetivo de aumentar o orçamento de casa.

“Em meses normais, eu consigo faturar R$ 300, no Carnaval a renda dobra, vai até “R$ 600”, disse.

Com o dinheiro da venda de latas, Roberto usa para se manter, se alimentar e ajudar o filho que precisa de remédios e auxílio para curar uma depressão profunda. Após preencher sua sacola, que tem capacidade para quase cinco quilos de materiais, ele segue para Pirituba, bairro da zona Norte da capital, onde revende o que foi coletado.

“No próximo final de semana vou para o Largo da Batata. Tenho certeza que recolherei mais de três quilos de latinhas. Para facilitar o meu trabalho, seria melhor que elas estivessem dentro das lixeiras”, finaliza o catador. 

Texto produzido em 26/02/2019


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