Lixeiras do lado de fora de um condomínio. Foto: VDB Photos/shutterstock.com
18 de Julho de 2018,15h40
Veja outros artigos relacionados a seguir
Enquanto alguns edifícios já tornaram rotineira a realização da coleta seletiva, muitos ainda buscam colocar em prática esse sistema e encontram dificuldades para começar. O Recicla Sampa dá algumas dicas para quem quer adotar medidas sustentáveis.
Passo a passo
O primeiro passo é verificar se há espaço e condições adequadas no condomínio residencial. Sem isso, não é possível armazenar os resíduos. Mas um espaço para a coleta seletiva não necessita ser grande. Não é preciso ter lixeiras com as tradicionais quatro cores da coleta (vidro, plástico, papel e metal). A divisão entre material reciclável e comum já basta para entrar no ciclo de reciclagem.
Em seguida, os moradores e funcionários devem ser avisados e, de preferência, conscientizados sobre a importância do descarte correto. Afinal, de nada adianta preparar o condomínio para uma coleta seletiva eficiente se os moradores não contribuem – ou pior, contribuem de maneira errada. A reciclagem de lixo em condomínios pode ser um sucesso, mas é preciso superar o obstáculo de falta de interesse de muitos moradores no assunto.
A Associação Brasileira dos Condomínios aponta três importantes questões a serem observadas antes de iniciar a coleta seletiva em condomínio:
1. É preciso que o ambiente esteja sempre limpo e fechado para evitar o mau cheiro e a entrada de ratos, baratas, mosquitos e outros bichos. Uma solução usada por alguns prédios é a compra de contêiner de plástico, equipamento fácil de manusear – e com um custo relativamente baixo. Atenção: a norma do Corpo de Bombeiros proíbe a disposição de qualquer objeto na passagem das escadas. Desse modo, coletores no hall de serviço ou atrás da porta de cada andar são inadequados. O mais indicado é disponibilizar o container para a coleta seletiva próximo ao elevador de serviço.
2. Papéis e plásticos: avise a seguradora
Deve-se tomar cuidado com papéis e plásticos, pois são materiais de alta combustão e que podem causar incêndios. Por conta disso, as seguradoras devem ser avisadas antes da medida ser implantada, para que, no caso de acidente, haja ressarcimento compatível com o ocorrido. Se não houver o contato prévio, a empresa seguradora pode alegar omissão por parte do condomínio, gerando mais problemas para os envolvidos.
3. Treinamento para manusear
Outra importante questão é sobre o responsável pela manipulação desses materiais reciclados. Os profissionais de limpeza devem receber treinamento, usar os equipamentos adequados, ter o benefício de pagamento adicional por insalubridade e contar com medidas para evitar ferimentos e ocorrências graves.
Após o prédio estar preparado, é preciso definir como o material será retirado. O primeiro passo é verificar se o bairro já está contemplado com a coleta seletiva da Prefeitura e quantas vezes o caminhão passa para recolher o lixo. As localidades que são atendidas pela concessionárias de coleta no modelo porta a porta estão disponíveis nos sites da Ecourbis http://www.ecourbis.com.br/ (que atende as regiões leste e sul da cidade de São Paulo) e da Loga http://www.loga.com.br/content.asp?CP=LOGA&cod=790 (oeste, norte e centro).
Todos os 96 distritos de São Paulo são contemplados pela coleta seletiva, via cooperativas ou as concessionárias de limpeza. Em alguns distritos a coleta é feita por ambas.
Atenção para o turno da coleta: disponibilize o lixo produzido seguindo as regras municipais e somente duas horas antes da passagem dos caminhões.
E se o condomínio não é contemplado pela Prefeitura, uma opção é buscar parceria com cooperativas para retirada do material. Dependendo da quantidade de material oferecido, as cooperativas podem se interessar pela coleta.
É indicado que próximo às lixeiras coletoras de material reciclável haja uma explicação do que pode ser depositado em cada recipiente. Para ajudar, você pode baixar materiais gráficos no link https://www.reciclasampa.com.br/baixar-materias
Identifique os materiais:
Jornais, livros, revistas, folhas de cadernos, folhetos comerciais, folhas de rascunho, papéis de embrulho, sacolas, caixas de brinquedo, caixas de papelão, caixas de ovos, embalagens longa vida.
Garrafas plásticas, embalagens de produtos de limpeza, de cremes, de xampus e de pasta de dente, baldes, bacias, tubos, canos, sacos, sacolas e brinquedos quebrados.
Garrafas, cacos, embalagens de conserva, frascos de medicamentos e perfumaria, lâmpadas incandescentes, espelhos, vidros planos e cristais.
Latinhas de cerveja, de refrigerante e de conservas, objetos de alumínio, cobre, latão, chumbo, bronze, ferro e zinco.
Resolvida a questão dos resíduos sólidos secos, com a implantação de coleta seletiva, a questão dos resíduos úmidos pode ser igualmente otimizada. A construção de uma usina de compostagem é uma ideia adicional para que moradores possam aproveitar os resíduos orgânicos para transformação em adubo de alta qualidade, sem produtos químicos nocivos, para jardins e plantas da comunidade, o que faz com que o condomínio se torne mais sustentável.
Diferentemente da reciclagem de lixo em condomínios, desde 2009 a coleta seletiva em prédios comerciais ou de uso misto, é obrigatória em São Paulo. Estes são os chamados “grandes geradores de lixo”. A norma se aplica para condomínios onde a soma dos resíduos sólidos diário é igual ou superior a 1.000 litros.
De acordo com a Lei Municipal nº 14.973, os condomínios precisam implantar lixeiras, uma ao lado da outra, em locais acessíveis e de fácil visualização. O lixo deverá ser separado de acordo com a sua natureza em, no mínimo, cinco tipos: resíduos sólidos de papel, resíduos sólidos de plástico, resíduos sólidos de metal, resíduos sólidos de vidro e resíduos gerais não recicláveis.
Se não houver cumprimento, a lei estabelece multa no valor de R$ 10.000,00, podendo ser dobrada em caso de reincidência (o ajuste do valor é anual, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - IPCA).
Como o conceito contribui no avanço da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas
Confira dicas e orientações para minimizar os focos de proliferação do Aedes aegypti
Relatório da ONU busca incentivar países a promoverem reciclagem do eletrolixo
Todas as grandes empresas de telefonia têm programas de logística reversa no Brasil