05 de Maio de 2021,14h00
Veja outros artigos relacionados a seguir
Segundo um relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), dos 5.570 municípios brasileiros aproximadamente 3 mil ainda descartam seu lixo urbano em lixões e aterros irregulares.
Infelizmente, mais de uma década depois da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), o país ainda apresenta alto índice de destinação incorreta do lixo, apesar do crescimento das taxas de reciclagem, reflexo de investimentos dos governos em políticas públicas.
Lixões são nocivos para o meio ambiente e um perigo para a população. Os resíduos contaminam o solo e produzem gases tóxicos. No contexto de uma pandemia, eles aumentam os riscos de proliferação da nova doença, além das doenças já existentes como a leptospirose e a dengue.
A PNRS tinha como objetivo zerar os aterros irregulares no Brasil até 2014, mas as metas acabaram continuamente descumprimas e prorrogadas. Para piorar, esses espaços passaram a receber ainda mais lixo. O último levantamento indica um salto de 25 para 29 milhões de toneladas entre 2010 e 2019.
Aqui na capital de São Paulo, todo lixo comum produzido em nossas residências vai para os Aterros Sanitários, grandes áreas preparadas tecnicamente para receber diariamente o material não reciclável.
“É uma obra de engenharia para a destinação ambientalmente correta dos resíduos. Você impermeabiliza o solo que vai receber o líquido, tem a captação de gases e a captação de chorume”, explica Edson José Stek, diretor de operações da Loga, uma das concessionárias de coleta de resíduos domiciliares e de saúde da cidade.
O caminhão chega ao aterro, é pesado em uma balança e descarrega o lixo. Com o uso de máquinas (tratores) inicia-se o processo de espalhar e compactar o lixo em camadas no terreno, que posteriormente será coberto por terra. Isso evita mal cheiro, insetos e animais.
Quando começa a se decompor, o lixo gera o chorume, um líquido escuro e produzido pela decomposição da matéria orgânica depositada, que será drenado e tratado para garantir a proteção ambiental, evitando a contaminação do solo e, principalmente, do lençol freático.
O tratamento do chorume é feito pela Sabesp, que recebe o líquido para efetuar o processo de separação da água e do lodo. A água é tratada e reutilizada e o lodo é destinado aos aterros sanitários por caminhões contratados pela Sabesp.
A Central de Tratamento de Resíduos Leste, um dos dois aterros sanitários de São Paulo, faz o encaminhamento do chorume através do que eles chamam de emissários (tubulações específicas para transporte do líquido) ligados diretamente às duas estações de tratamento da Sabesp – a Estação Barueri e a Estação de Tratamento de Esgoto Parque Novo Mundo.
Já no segundo aterro, a Central de Tratamento e Valorização Ambiental, não há tubulações ligadas diretamente à Sabesp e o líquido é enviado através de caminhões pipa, coletados em plataformas de bombeamento.
A decomposição do lixo também produz gases, entre eles o gás metano, um dos mais poluentes, que são coletados e queimados dentro da Estação de Queima de Biogás, localizada nos aterros, onde o gás metano é destruído para evitar a poluição do meio ambiente.
Parte do biogás gerado nos aterros sanitários também é captado e destinado à usina termelétrica movida a biogás, onde o gás metano, decorrente da decomposição dos resíduos orgânicos, é utilizado como combustível para geração de energia elétrica.
No caso de lixos hospitalares, industriais e de construção existem aterros sanitários específicos e de administração privada que recebem o que foi coletado.
A Prefeitura estuda alternativas para diminuir a quantidade de lixo direcionada aos aterros sanitários, como a implantação de um EcoParque, que terá a capacidade de processar 1.200 toneladas por dia de resíduos, tanto na reciclagem, quanto na compostagem.
“A ideia é que dessas 1.200 toneladas por dia se devolva para os aterros sanitários apenas 10%. Estamos reduzindo bastante o que vai ser o disposto nos aterros”, afirma Edson Tomaz, presidente da Amlurb.
Central de Tratamento de Resíduos Leste (CTL): Estrada do Sapopemba, 23325, em São Paulo.
Central de Tratamento e Valorização Ambiental (CTVA): Rodovia dos Bandeirantes, s/n Km 33, em Caieras.
Texto produzido em 05/05/2021
Encontre pontos de coleta de lâmpadas, pilhas, eletrônicos, medicamentos e pneus
Estudo capitaneado pela Sea Shepherd Brasil analisou mais sete mil quilômetros de costa
Pontos de Entrega Voluntária da entidade já estão instalados em 305 municípios do país
Mais da metade dos trabalhadores do setor são mulheres e 62% são negros ou pardos