Latas. Foto: Ktd/shutterstock.com
08 de Maio de 2018,14h51
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Uma pesquisa realizada em 2017 pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio (Abralatas), pelo Can Manufacturers Institute (CMI/EUA) e pela Beverage Can Makers Europe (BCME/Europa) mostrou que o Brasil é o país que mais contribui com a reciclagem de alumínio no mundo todo.
As grandes responsáveis por isso são as latas de bebidas. Em 2016, nosso país reciclou 97,7% das latas produzidas por aqui – o equivalente a cerca de 280 mil toneladas de alumínio reaproveitadas.
Com este índice, o Brasil ficou à frente de países como Japão e Estados Unidos, que reciclaram 76% e 64%, respectivamente, das latinhas de alumínio produzidas em seus territórios no mesmo ano.
Um dos responsáveis por este sucesso é sua rentabilidade, já que o material tem grande valor comercial. Sendo assim, ele serve de fonte de renda para milhares de brasileiros, que revendem as latas para que as próprias empresas produtoras de alumínio criem novos produtos com custos mais baixos.
Outro grande fator que contribui para a alta taxa de reciclagem do alumínio em nosso país é seu ciclo de vida. Em apenas 30 dias, uma lata pode ser comprada, utilizada, coletada, reciclada e voltar a ser vendida.
“Esperamos que os fabricantes e os consumidores de bebidas em todo o mundo reconheçam a importância de continuar reciclando esse valioso material”, disse Gordon Shade, CEO da Metal Packaging Europe, instituição criada a partir da fusão de duas outras organizações europeias (BCME e Empac).
Podemos apontar como um dos principais benefícios da reciclagem de alumínio a economia de energia elétrica.
A mineração de bauxita (principal matéria-prima do alumínio), bem como seu refino para criar um produto “do zero”, requer grandes gastos de eletricidade. Já a reciclagem do mesmo material consome apenas 5% desta energia para a produção de novas mercadorias.
Outro grande benefício ao meio ambiente diz respeito à quantidade de vezes que o alumínio pode ser reciclado: infinitas. Isso mesmo! Não há um número máximo para que uma mesma latinha (ou outro produto) seja reciclada.
Para se ter uma ideia de sua longa vida útil, cerca de 75% de todo o alumínio já produzido no mundo continua em uso até os dias atuais, comprovando que o material é permanente e um exemplo real de sucesso de reciclagem.
Além disso, são necessárias cinco toneladas de minério de bauxita (que precisa ser extraída, triturada, lavada e refinada em alumina antes de ser fundida) para cada tonelada de novas latas de alumínio, que devem ser produzidas para substituir as que não foram recicladas.
Esse procedimento gera cerca de cinco toneladas de lama cáustica que pode contaminar as águas superficiais e subterrâneas e, por sua vez, danificar a saúde das pessoas e dos animais.
Como se isso já não fosse prejudicial o suficiente para o planeta, a fundição do alumínio ainda produz óxido de enxofre e óxido de nitrogênio, dois gases tóxicos que têm grande participação na poluição do ar e na chuva ácida.
Para além do meio ambiente, a reciclagem de alumínio ainda contribui com a economia do país por ter um custo-benefício atraente para a indústria produtora do metal, como já dito anteriormente.
Do mesmo modo, os catadores são beneficiados com a venda. Em 2016, a coleta de latas foi responsável por movimentar 947 milhões de reais na economia nacional, de acordo com dados da Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda).
O primeiro passo para que um produto de alumínio seja produzido é a extração da bauxita (rocha com a aparência de argila, mas sem plasticidade, constituída de hidróxidos de alumínio e óxidos de alumínio hidratados, e contendo impurezas, como sílica em estado livre, lodo, hidróxido de ferro e minerais argilosos), principal “ingrediente” utilizado no processo. A bauxita é encontrada abaixo da camada superficial do solo, a cerca de 4,5 metros.
Após extraída, a bauxita é encaminhada às fábricas em caminhões. Chegando lá, é moída e misturado à soda cáustica. Esta última, então, dissolve a porção que contém alumina (Al2O3, óxido de alumínio) e a separa dos demais componentes que não são solúveis na mesma. O resultado é uma solução que passa por procedimentos de lavagem, sedimentação e filtragem para a retirada de impurezas.
Em seguida, o material que contém alumina é submetido a reações químicas para gerar sua precipitação, resultando em cristais de alumina que são lavados e secos por meio de aquecimento.
O processo de refino transforma a alumina, então, em um fino pó branco que, para ser convertido em alumínio, precisa ser “quebrado” (já que é um óxido), e isso é feito por um processo eletroquímico.
Terminado este procedimento, o alumínio é retirado das cubas em forma líquida e segue para fundição. Por fim, o alumínio já fundido é encaminhado para a laminação, que é a compressão do metal por meio de sua passagem entre dois ou mais cilindros girantes.
Fonte: Abralatas
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