26 de Maio de 2025,10h00
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Em agosto de 2024 venceu o prazo estabelecido pelo Plano Nacional de Resíduos Sólidos (Planares) para erradicar todos os lixões clandestinos do Brasil.
A meta, que simbolizava um avanço civilizatório, não foi cumprida e mais do que um prazo perdido, tratou-se de um alerta sobre nosso futuro como sociedade.
Segundo dados recentes do setor, mais de dois mil municípios ainda destinam seus resíduos a espaços inadequados e ignoram critérios ambientais e de saúde pública.
É um cenário que revela a persistência de práticas ultrapassadas que comprometem a qualidade do solo, da água e do ar, além de ameaçarem comunidades inteiras em situação de vulnerabilidade.
Especialistas e entidades ambientais apontam que o descumprimento da meta expõe três grandes problemas: falta de planejamento, investimentos e fiscalização por parte dos governos.
A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em vigor desde 2010, previa um modelo baseado na logística reversa, na coleta seletiva e no fim dos lixões irregulares, mas esbarrou em entraves políticos, econômicos e estruturais.
O desafio, no entanto, não é apenas do poder público. A sociedade também precisa rever seus hábitos de consumo, priorizar a redução do desperdício, separar corretamente os resíduos e apoiar iniciativas de reciclagem. Sem o engajamento coletivo, as soluções não se sustentam a longo prazo.
Ainda segundo especialistas ouvidos pelo Recicla Sampa, investir em tecnologia para o tratamento de resíduos, fortalecer as cooperativas de catadores e fomentar a educação ambiental são caminhos possíveis para reverter o quadro.
O Brasil já conta com exemplos bem-sucedidos de gestão integrada em algumas cidades, mas ainda carece de escala e vontade política para garantir que todos tenham acesso a um sistema de destinação ambientalmente adequado.
O futuro do planeta será definido pelas decisões tomadas agora. Manter lixões ativos em pleno século XXI é ignorar o legado que deixaremos para as próximas gerações.
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