10 de Maio de 2019,12h00
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Pesquisa realizada pelo Instituto Akatu, ONG que atua na conscientização e mobilização da sociedade para o consumo consciente, aponta que cerca de 38% dos consumidores deixaram de ser indiferentes à origem dos produtos e começaram a se importar mais com a questão ambiental, consultando o processo de fabricação e os impactos que eles geram no planeta.
O mesmo estudo aponta que as mulheres são as mais engajadas quando o assunto é sustentabilidade. Uma parte desse público é formado por mães que desejam fazer escolhas de consumo mais ecológicas, incentivando, inclusive, os próprios filhos a se preocuparem com a preservação dos recursos naturais.
É o caso da pedagoga Paula Takahashi, da engenheira de alimentos Nadine Miranda e da nutricionista Bianca Giafferis Valim, que aproveitaram a chegada dos filhos para praticarem iniciativas sustentáveis dentro de casa. “Refleti que eles ficariam mais tempo na Terra do que eu, então estava na hora de partir para a ação”, conta Paula.
Aos poucos, ela foi incorporando algumas atividades no dia a dia das crianças. Deixar de consumir tantos brinquedos e doar os que elas não usavam mais foi uma delas. “Não é uma tarefa fácil. Isso exigiu um pouco de persistência para conscientizá-las, mas com diálogo e paciência, conseguimos”.
Pensando nessas iniciativas, o Recicla Sampa levantou cinco dicas para as mães que querem buscar um modo de vida mais sustentável, incentivando seus filhos a percorrerem uma jornada ecologicamente correta.
Brinquedos que não fazem mais parte da rotina dos pequenos podem ser facilmente doados. O difícil vai ser encarar os ‘rostinhos’ deles que ao saberem da doação, demonstram apego pelo item que um dia teve um grande valor sentimental.
“Meus filhos tinham uma piscina de bolinhas que eles adoravam, mas com o tempo ficou esquecida. Eles não queriam doar, mesmo não brincando mais. Explicamos que ao enviar a piscina para outra criança, elas deixariam outra pessoa feliz”, diz Paula.
Como forma de ensinamento, após a doação, Paula mostrou aos pequenos uma foto do menino feliz recebendo o novo presente, deixando eles satisfeitos com a ação. Na casa da pedagoga essa prática se tornou bem comum. Seus filhos também recebem doação de brinquedos de outros amigos da escola. Ela faz parte de um grupo de mães que trocam itens, como roupas, uniformes e material escolar. Dessa forma, ela consegue demonstrar a importância de um consumo consciente para as crianças.
Doar materiais escolares é um ótimo exemplo de como os objetos podem ser reaproveitados. Uma das instituições em São Paulo que aceitam esses itens como doação é a Fundação Gol de Letra. Papéis sulfite, cadernos, tesouras, apontadores e grampeadores são recebidos pela entidade.
Conheça entidades que recebem brinquedos usados:
1- Casa do Zezinho
Endereço: Rua Anália Dolácio Albino, 30,Capão Redondo
Telefone: (11) 2206-5520
O que doar: material escolar, alimentos, roupas e brinquedos
2- AACC (Associação de Apoio à Criança com Câncer)
Endereço: Rua Borges Lagoa, 1603
Telefone: (11) 5084-5434
O que doar: brinquedos, roupas, perucas, cadeiras de rodas, cestas básicas, material de limpeza e higiene pessoal, computadores e fogão industrial
Montar brinquedos recicláveis com seus pequenos vai muito além da diversão. Para a engenheira de alimentos, Nadine Miranda e suas filhas, Luana e Maia, é o momento mais propício para falar sobre preservação do meio ambiente e não adquirir produtos sem necessidade.
É nessa hora também que as meninas deixam a imaginação rolar solta e criam apetrechos criativos. “Já construímos castelos de papelão e de tampinhas”, contam as duas pequenas.
Além de estimular o lado criativo, construir brinquedos recicláveis ajuda a desenvolver a coordenação motora da criança. Quer aprender a fazer um futebol de mesa e outros brinquedos? Nós ensinamos a fazer.
Crianças aprendem mais quando observam o exemplo dentro de casa. Há muito tempo, as filhas de Nadine observam a mãe separando o lixo em três: recicláveis, orgânicos (restos de comida) e não-recicláveis (guardanapo usado, por exemplo). “A mamãe sempre tem dicas sobre reciclagem e meio ambiente para nós. Ela liga muito para sustentabilidade”, conta a pequena Luana.
Nadine acredita que dá para soltar a imaginação na hora de escolher as lixeiras que ficarão dentro de casa para a separação do lixo. Basta colocar papeis de identificação desenhados pelas crianças em cima das latas. Por exemplo, em dias de festa, as filhas desenham plaquinhas com o símbolo da reciclagem e grudam nas lixeiras para que os convidados possam identificar e descartar os resíduos corretamente. Além disso, outro método para estimular a segregação do lixo em casa é separá-lo por cor. Assim, as crianças associam os resíduos às cores correspondentes, o que os estimula na hora de descarte.
Se preferir, o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) já definiu as cores padrões de lixeiras para cada componente. Por exemplo, na categoria recicláveis, o azul representa descarte de papel e papelão; o vermelho plástico; verde é para vidros; amarelo para metais; preto para madeiras; marrom para resíduos orgânicos (restos de comida, cascas de frutas) e cinza para materiais não-recicláveis, como papel toalha usado. Confira neste vídeo como fazer sua lixeira em casa.
Uma pesquisa feita pelo Qualibest, primeiro instituto de pesquisas online no Brasil, e pelo site Mulheres Incríveis, com 1.300 mães de todas as classes sociais, diversas faixas etárias e regiões do país, mostrou que elas acreditam que quanto mais natural o alimento, mais saudável será a criança. O estudo também revelou que, hoje em dia, elas preferem preparar os alimentos do que comprar uma pronta ou industrializada.
Os orgânicos são os que mais se aproximam de uma refeição puramente natural. Para implementar essa alimentação na rotina dos três filhos, a nutricionista Bianca Giafferis Valim mudou de vida radicalmente. Deixou a capital paulista e mudou-se com a família para a mais antiga zona de produção de alimentos sem agrotóxicos do Brasil que existe há 40 anos, situada no bairro Demetria, em Botucatu, interior de São Paulo. “Quis me mudar porque eu queria que as refeições dos meus filhos fossem 100% orgânicas”.
A nutricionista garante que optar por alimentação orgânica é o maior benefício que uma mãe pode dar a um filho. Ela explica que os hortifrutis são livres de xenobiótico, substância nociva encontrada em produtos que utilizam agrotóxicos. Como a criança ainda está produzindo e criando anticorpos, às vezes, esse composto pode penetrar no corpo e causar sérias doenças.
Além disso, os orgânicos são fonte riquíssimas de vários nutrientes como minerais, vitaminas e fibras. Eles são essenciais para o desenvolvimento físico e cerebral infantil, que necessita de muitos componentes saudáveis nessa fase. Alimentos como mandioquinha ou batatas dá até para comer com casca. De acordo com a nutricionista, ela é rica em fibras e ajuda a desenvolver a criança no processo de mastigação. “Meus filhos comem até manga com casca”, revela.
Quando vão visitar a avó, que não é adepta de alimentos orgânicos, Bianca conta que as crianças sentem a diferença no sabor e no cheiro do alimento. “A sensação é de que eles possuem pouco aroma e estão aguados”.
A casa de Bianca é repleta dos mais variados orgânicos e ela abre a residência para ensinar outras crianças a cozinhar esses alimentos. “É mais fácil do que se imagina e dá para fazer diversas receitas”, garante. Confira uma delas:
Panqueca de banana
Você vai precisar de duas bananas nanicas; 1 ovo e 1 pitada de canela.
Como fazer: amasse as duas bananas e coloque a canela. Em outra vasilha bata bem o ovo. Incorpore o ovo, as bananas e a canela. Pegue uma frigideira, de preferência antiaderente, coloque uma colher de café de óleo de coco e despeje a massa. Após ficar firme, vire a massa do outro lado. Depois, bom apetite!
A maioria das mães deseja que os filhos aprendam a gostar de frutas, verduras e legumes. Encaixar esses alimentos na vida dos pequenos pode se tornar algo mais prazeroso caso eles tenham contato com uma horta. Saber da origem dos hortifrútis e visitar o local para ver os legumes crescendo aguça a curiosidade infantil e desperta a vontade de conhecer e provar a refeição.
A relação de descoberta entre os alimentos saudáveis e as crianças fica ainda melhor se elas conseguem plantar o próprio vegetal e têm a oportunidade de acompanhar o crescimento, colher e preparar a refeição junto com a mãe. “Tenho uma horta em casa e isso ajudou a introduzir uma alimentação saudável na vida dos meus filhos”, explica Paula.
Para quem não tem espaço em casa, São Paulo possui muitas hortas para visitação. Confira abaixo alguns endereços:
1- Horta das Corujas
Avenida das Corujas, Vila Beatriz
O local fica na Praça das Corujas, na zona oeste da cidade. No lugar, os voluntários aprendem e ensinam a cultivar os hortifrutis. Veja mais informações na página do Facebook.
2- Horta da Saúde
Rua Paracatu, 66, Saúde
O mutirão para manter a horta acontece todo segundo domingo do mês, das 9h às 13h. O grupo que mantém o lugar publica suas experiências na rede social. Além disso, os voluntários também dão ensinamentos sobre meio ambiente, permacultura, agricultura orgânica e sustentável.
Texto produzido em 10/05/2019
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