Pedaços de isopor. Foto: Pavel Kubarkov / Shutterstock.com
26 de Junho de 2018,11h38
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São diversas as dúvidas que recaem sobre o isopor: o que é, do que é feito? Pode reciclar ou não? Ele é um poliestireno expandido ou EPS (sigla derivada de seu nome em inglês, Expanded Polystyrene), ou seja, um tipo de plástico duro derivado do petróleo. Portanto, a reciclagem de isopor pode ser realizada e deve ter incentivo entre a população e as empresas.
Para se ter ideia da falta de conhecimento da população, apenas 7% dos brasileiros sabem que reciclar isopor é possível, de acordo com dados de pesquisa realizada em 2015 pela empresa de embalagens Meiwa, de São Paulo. A informação pode ser considerada alarmante, já que o produto, apesar de leve – constituído por até 98% de ar –, foi considerado um dos piores poluidores do planeta pelo relatório Plastics BAN – Better Alternatives Now, lançado no fim de 2016 por quatro organizações não-governamentais dos Estados Unidos.
Entre outras coisas, o relatório aponta que o EPS pode provocar câncer em animais. Além disso, o isopor e demais plásticos são especialmente perigosos para aves litorâneas e vidas marinhas, já que os animais podem ingerir pedaços e partículas destes materiais. Daí a necessidade de reciclar e reaproveitar o poliestireno expandido em vez de descartá-lo na natureza.
O EPS pode e deve ser 100% reciclado e reutilizado. A reciclagem de isopor pode ser realizada de três formas:
É a mais comum de todas. O material, depois de separado e limpo, passa por processo de retirada de gás, fazendo com que restem apenas flocos. Depois de derretido e granulado, volta a ser matéria prima para ser usada na fabricação de variados tipos de produtos.
Este método usa o poliestireno expandido para a recuperação de energia, já que o material possui alto poder calorífico.
Aqui, o plástico é reutilizado para a fabricação de óleos e gases.
Na cidade de São Paulo, desde o dia 13 de abril de 2016, é possível descartar embalagens e outros produtos feitos de EPS no PEV-M (Ponto de Entrega Voluntária Monitorado) localizado na área externa da entrada da Câmara Municipal de São Paulo. Assim, o material que seria descartado junto ao lixo comum é encaminhado para a cooperativa Cora, onde é comercializado e transformado em novos produtos, como telhas termo acústicas, material para preenchimento de pufes, molduras, rodapés, solados, chinelos, floreiras e outros.
No país todo existem aproximadamente 1.200 pontos de coleta de isopor. Para saber o local exato dos pontos de sua cidade, basta entrar em contato com a Comissão Setorial EPS por meio do site da entidade. Vale lembrar que, para o EPS ser reciclado, é preciso que esteja limpo na hora do descarte. Como nem sempre há pessoal para limpar nas cooperativas, muitos materiais deixam de ser reciclados e reutilizados. Em algumas cidades (como Blumenau, Santa Catarina, por exemplo), as cooperativas coletam apenas as embalagens de proteção de eletroeletrônicos e não as de comida, exatamente por este motivo.
A conscientização é sempre a melhor opção para que a sociedade faça escolhas cada vez mais sustentáveis. Com o objetivo de informar à população que o isopor é um plástico 100% reciclável, a Plastivida (Associação Socioambiental) apresentou a campanha “Recicla Isopor®” na 14ª Conferência de Produção Mais Limpa e Mudanças Climáticas.
“Nosso objetivo maior é estimular a prática do consumo responsável e do descarte adequado, com base na disseminação do conhecimento sobre a reciclabilidade do material, além de ser uma ação de sustentabilidade, que gera benefícios ambientais, sociais e econômicos”, afirmou Miguel Bahiense, Presidente da Plastivida (Instituto Socioambiental dos Plásticos) durante o lançamento da iniciativa.
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