16 de Junho de 2023,14h00
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O exato momento em que as modernas garrafas plásticas de PET (Polietileno Tereftalato) mudaram os hábitos de consumo do mundo é difícil de identificar.
Talvez o futuro tenha sido sinalizado pelas supermodelos de Nova York, que começaram a carregar garrafinhas de água como acessório nas passarelas no final dos anos 1980.
Fato é que desde então, bilhões dessas garrafas foram vendidas sob a promessa de que a água engarrafada é boa para o cabelo e a pele, mais saudável que os refrigerantes e mais segura que a água do filtro.
E não demorou muito para que os consumidores também aceitassem a ideia de que precisavam de água ao alcance das mãos em qualquer lugar, a qualquer hora.
Mas o que realmente diferencia as garrafas de outros produtos plásticos nascidos na ascensão do consumismo depois da Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) é a velocidade com que elas mudaram de uma conveniência para uma maldição.
Em 2016, ano em que as vendas de água engarrafada nos EUA ultrapassaram oficialmente os refrigerantes, o mundo finalmente acordou para a crescente crise dos resíduos plásticos.
As denúncias de impacto ambiental e a reação contra o excesso de garrafas descartadas incorretamente foram rápidas. De repente, carregar esses itens já não era uma coisa legal e descolada.
As modelos, como não podia deixar de ser, seguiram na vanguarda e passaram a vestir roupas produzidas a partir de garrafas PET recicladas.
Garrafas PET estão entre os resíduos mais encontrados nos mares do planeta e representam 14% de todo o lixo descartado nos oceanos.
Pesquisadores falam em no mínimo 100 anos e algumas estimativas apontam para 800 anos até sua decomposição total na natureza.
O PET é um material reciclável e pode ser refundido e moldado várias vezes. É possível fabricar novas garrafas e outros itens com o PET reciclado.
Apesar da reciclabilidade relativamente alta, ela ainda é insuficiente para evitar os impactos ambientais do material.
Portanto, o ideal é evitar o consumo de PET e de qualquer outro derivado do petróleo.
Em 2022, o quilo de PET ultrapassou o preço médio de R$ 4 e se aproximou do valor do alumínio, campeão brasileiro da reciclagem.
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