O container verde é o correto para os recicláveis. Foto: Santipong Srikhamta/shutterstock.com
18 de Julho de 2018,15h18
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Com os recursos naturais cada vez mais escassos e a geração de resíduos aumentando, a discussão sobre a reciclagem de lixo deve acontecer com a maior frequência possível. A conscientização da população é o primeiro passo para construirmos um mundo cada vez mais sustentável. Aqui, você encontrará tudo sobre como reciclar seu lixo de maneira correta.
Desde 2010, nosso país conta com a Política Nacional de Resíduos Sólidos – PNRS, que exige, entre outras coisas, que as prefeituras implantem sistemas de coleta seletiva e que as empresas criem políticas de logística reversa (ou seja, fiquem responsáveis por coletar e encaminhar seus produtos pós-consumo para a reciclagem adequada).
De acordo com a pesquisa Ciclosoft 2016, divulgada pela organização Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), a comparação ano a ano mostra que a reciclagem no Brasil está avançando, ainda que a passos lentos. O estudo é feito desde 1994 e mostrou, também, que a partir de 2010 houve aumento de mais de 100% na quantidade de municípios que reciclam – exatamente por conta da PNRS.
Mesmo com estes aumentos ano a ano a reciclagem no Brasil ainda está bem longe do ideal. Apenas 1.055 municípios brasileiros possuem programas de coleta seletiva, e, como nosso país possui mais de 5 mil cidades, esse número evidencia que apenas 18% dos municípios podem contar com a reciclagem de seus resíduos.
Os dados são ainda mais desanimadores quando são analisados os números de brasileiros atendidos pelos programas: apenas 31 milhões, cerca de 15% da população do país. Isto significa que 85% dos brasileiros não conseguem contribuir com o aumento do percentual de reciclagem no país e mostra que há, ainda, bastante trabalho a ser feito no setor.
Mesmo com o grande debate acerca da reciclagem, grande parte da população ainda joga restos de comida, plástico, papéis, alumínio e demais resíduos no mesmo saco plástico quando vão fazer o descarte do lixo em suas casas. Esta atitude, porém, é extremamente prejudicial ao meio ambiente.
Isso porque ao jogar tudo no mesmo saco plástico e depositar na lixeira de seu condomínio ou de um ponto de coleta, esse conteúdo acaba indo parar nos aterros sanitários.
O aterro sanitário é um local destinado à decomposição final de resíduos sólidos gerados pela atividade humana. Mas nem tudo deve ir parar lá. Isso porque muitos resíduos demoram anos e até séculos para se decompor, ocupando espaço e, muitas vezes, liberando gases tóxicos na atmosfera, contribuindo para a poluição do ar e para o efeito estufa.
As informações encontradas sobre o tempo de decomposição de diversos materiais são distintas, porém, é possível ter uma noção básica. Veja abaixo o que diz o portal de pesquisa escolar São Francisco:
A forma mais simples de fazer a reciclagem de lixo doméstico consiste em separar seus resíduos em duas categorias: recicláveis e não recicláveis. Para isto, basta depositar os lixos em duas sacolas diferentes. É uma ótima ideia que não requer muito esforço.
O lixo reciclável engloba papéis (papelão, jornal, etc.), plásticos, metais e vidros. Cartelas de comprimidos e bandejas de isopor também devem ser descartadas com o lixo seco, pois podem se transformar em matéria-prima para blocos da construção civil.
É importante lembrar que as embalagens plásticas devem ser deixadas secas, as caixas de papelão dobradas (para economizar espaço) e os vidros embalados em jornal ou papelão, pois caso estejam quebrados não machucarem quem os manusear. Os papéis podem ser dobrados, porém, não devem estar amassados.
O lixo eletrônico (pilhas, baterias, celulares e demais eletrônicos) e as lâmpadas devem ser encaminhados para pontos específicos de coleta. No caso de pilhas e baterias de celular, estas podem ser devolvidas diretamente aos fabricantes, basta entrar em contato com as empresas. Unidades de grandes redes de supermercados também possuem estrutura para receber o descarte desses produtos.
O lixo úmido ou lixo orgânico, é composto de materiais orgânicos (cascas de frutas e legumes, folhas e restos de comida) e não recicláveis (papel higiênico utilizado, materiais de higiene pessoal, plásticos e papéis engordurados, bitucas de cigarro, chiclete, etc.). Ele representa aproximadamente 50% de todo o lixo produzido diariamente por cada brasileiro.ÂÂ
Você sabia que pode contribuir ainda mais com o meio ambiente ao reciclar seu lixo orgânico? Sim, os materiais orgânicos que você joga fora em casa (cascas de frutas e de ovos, iogurte e sementes, por exemplo), podem ser utilizados na criação de adubo natural para suas plantas.
Este processo é chamado de compostagem e pode ser definido como a reciclagem de matéria orgânica. Seu objetivo é diminuir o impacto nos aterros sanitários, onde toda a matéria vira gás metano, prejudicial quando depositado no solo ou liberado na atmosfera, como já comentamos. É uma alternativa simples e que pode ser feita em casa.
1. Separe todos os resíduos orgânicos
Podem ser cascas de ovo, iogurte, cascas de frutas e sementes. Alimentos como queijo, carne, alho e arroz não são recomendados por atrair pragas, estragando o adubo que será gerado.
2. Escolha os recipientes
Não é necessário comprar utensílios específicos. Podem ser dois baldes ou dois recipientes fundos que comportem o quanto de material orgânico você deseja reutilizar e que, de preferência, se encaixem, deixando espaço entre eles.
3. Escolha o lugar
A composteira não pode estar em contato direto com sol, chuva e vento. O ideal é que fique em um local arejado e coberto.
4. Elabore sua composteira
Escolha o recipiente que ficará por cima e faça furos embaixo dele. É por esses furos que o chorume irá sair. Lembrando que, como ele foi gerado de maneira natural e limpa, também pode ser reaproveitado como biofertilizante na proporção de um litro de chorume para 10 litros de água. Encaixe os dois baldes e insira camadas na parte de cima.
As camadas são alternadas entre folhas secas (ou serragem, aparas de grama, restos de madeira) e material orgânico. A proporção é de duas camadas secas para uma de matéria orgânica. O processo da compostagem ocorre com mais eficiência se tudo for picado. A última camada precisa ser de folhas secas para impedir que insetos sejam atraídos. Não feche a composteira. Desta forma, ela pode gerar gás metano, que é prejudicial para as plantas.
5. Não mexa por, no mínimo, 15 dias
É necessário um tempo para que a composteira comece a funcionar, pois é preciso atingir um certo nível de calor para que as bactérias passem a decompor todo o alimento (pode chegar a 70 graus). Caso não aconteça, observe se precisa regar um pouco ou se a quantidade de folhas secas é maior do que a de matéria orgânica. Mas, durante 15 dias, não mexa na composteira. Depois desse tempo, o ideal é revirar todo o material, para que ele seja oxigenado. O adubo estará pronto quando todo o material estiver de cor marrom escuro e com cheiro de terra fresca.
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