14 de Dezembro de 2023,15h00
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Divulgada pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abrema) na última segunda-feira (11), a nova edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil indica que o projeto Recicla+ quase triplicou o número de embalagens recuperadas no país.
Os dados foram divulgados pela Central de Custódia da Logística Reversa de Embalagens, que inclui 27 entidades gestoras e já está presente em 1.139 municípios das 27 unidades da federação.
Em números, foram recuperadas 303 mil toneladas de materiais recicláveis em 2021 e 805 mil toneladas em 2022, ano base do estudo. No acumulado, a Central já recuperou 1,7 milhões de toneladas de resíduos.
“A gravimetria do material recuperado em 2022 indica que as embalagens mais presentes são as de papel e papelão, totalizando 39,3% do total recuperado, seguidas por plástico, com 25,5% do total, metais e vidro, com 17,0% cada, e 1,2% do total de embalagens constituído por outros materiais passíveis de reciclagem”, informa a Abrema.
Basicamente, o crédito de reciclagem (Recicla+) é um sistema pelo qual os agentes do setor (cooperativas e catadores) comprovam a destinação correta dos resíduos por meio de uma nota fiscal de venda do material coletado.
Já as empresas que precisam respeitar determinações ambientais impostas pela PNRS compram essas notas e com elas vêm o direito associado à destinação adequada.
Assim, a empresa cumpre sua obrigação legal com a logística reversa dos produtos que coloca no mercado.
Segundo um levantamento do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mais de 242 mil empresas possuem essa obrigação legal no Brasil.
Estima-se que atualmente o custo das empresas com obrigações ambientais fica entre 9% e 15% do faturamento. Com o crédito de reciclagem, o custo pode cair mais de 80%.
“A aquisição do direito é opcional, mas representa uma solução para empresas que não dispõem de sistemas próprios de logística reversa”, explica Erik Figueiredo, presidente do Ipea.
Já o secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André Luiz Felisberto França, destaca que a medida inédita tem potencial para injetar recursos na cadeia da reciclagem de forma sem precedentes no país.
“É uma solução inteligente que aproxima quem recicla de quem precisa reciclar, aumentando a percepção de valor dos recicláveis e mostrando que lixo nada mais é do que matéria-prima fora do lugar, que, quando descartado de forma adequada, pode ser um promotor de geração de emprego e renda com sustentabilidade”, avalia França.
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