Lâmpadas. Foto: Champiofoto/shutterstock.com
08 de Maio de 2018,12h15
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As lâmpadas são objetos tão comuns em nosso cotidiano que, muitas vezes, nem prestamos muita atenção nelas. Porém, quando uma delas queima ou quebra (o que é bem perigoso e explicaremos mais adiante), talvez você não se lembre de descartá-la corretamente. Por isso, a reciclagem de lâmpadas é um assunto tão importante e que deveria ser mais divulgado.
De acordo com as diretrizes do Plano Nacional de Eficiência Energética (PNEf), desenvolvido pelo Ministério de Minas e Energia (MME), foi estabelecido o fim da comercialização de lâmpadas incandescentes (as antigas “amarelas”) até 2017, como consta nas portarias de números 1007 e 1008.
A alternativa indicada pelo MME é a lâmpada fluorescente, mais eficiente energeticamente e com tempo de vida mínima de 6.000 horas, superior ao de uma lâmpada incandescente. Ela representa ainda uma economia entre 70% e 80% no consumo de energia. Porém, ainda reflete um problema grande ao meio ambiente ao não ser descartada corretamente.
As lâmpadas LED também são sustentáveis e uma ótima alternativa às incandescentes, já que as amarelas convertem somente 5% da energia que utilizam em luz, enquanto a LED converte 40% e sua vida útil é superior (50.000 horas x 1.000 horas das incandescentes).
O maior problema acontece por conta do mercúrio presente na composição das lâmpadas fluorescentes. Ao serem descartadas no lixo comum, acabam parando em aterros sanitários e, quando quebradas, liberam o metal tóxico no solo. Então, o mercúrio chega até os lençóis freáticos e contamina os rios, plantações, animais, e, finalmente, os seres humanos.
Um dos meios mais comuns de intoxicação por mercúrio é através da ingestão de peixes ou frutos do mar infectados. Outra forma muito conhecida é por meio da inalação (caso uma lâmpada quebre, a poeira liberada por ela contém altos níveis de toxidade, sendo o vapor de mercúrio um dos mais nocivos).
Os sintomas da intoxicação por mercúrio dependem da forma pela qual a pessoa foi exposta ao metal e de sua quantidade. No caso da ingestão de peixes ou frutos do mar contaminados, eles podem incluir perda parcial da visão periférica; sensações de ardor ou pontadas nos dedos, nariz e boca; perda da coordenação motora; fraqueza muscular; distúrbios da fala e audição e redução das funções cognitivas. Já em casos de inalação do vapor do metal, os sintomas podem incluir alterações de humor (como nervosismo e irritabilidade), insônia, dor de cabeça, contrações musculares, tremores, fraqueza, atrofia muscular e redução das funções cognitivas.
Caso uma lâmpada seja quebrada, siga os procedimentos de segurança abaixo:
O procedimento mais comum em diversas partes do mundo é a moagem com tratamento térmico, que envolve basicamente duas fases: a de esmagamento e a de destilação do mercúrio.
Para o esmagamento, as lâmpadas usadas são inseridas em processadores especiais, e, então, seus materiais são separados em cinco tipos: terminais de alumínio; pinos de latão/componentes ferro-metálicos; vidro; poeira fosforosa rica em mercúrio e isolamento baquelítico.
Depois de separados, estes materiais podem ser encaminhados para empresas específicas que fazem sua reciclagem. O vidro pode ser reciclado para ser reutilizado na fabricação de produtos que não envolvam alimentos, por exemplo. O alumínio e os pinos de latão, depois de devidamente higienizados, podem ser enviados para reciclagem em uma fundidora.
A poeira de fósforo é, normalmente, enviada para uma unidade de destilação, onde o mercúrio é extraído. O mercúrio, então, é recuperado e pode ser reutilizado. O pó de fósforo resultante deste processo pode ser reciclado e usado na indústria de tintas ou reutilizado em fábricas de cimento, por exemplo. O isolamento baquelítico, existente nas extremidades da lâmpada, é o único componente não pode ser reciclado.
As lâmpadas incandescentes, compostas basicamente de vidro, metal e um filamento de tungstênio, não são recicláveis. Isso porque a composição de seu vidro é diferente dos demais: ele contém pequenas partículas de metal. A vantagem que este tipo de lâmpadas apresenta é não possuir nenhum componente tóxico.
Apesar de extremamente econômicas e versáteis (são utilizadas em telas superfinas de televisores e celulares e na iluminação de casas noturnas e espaços públicos, por exemplo), ainda não existe um processo de reciclagem adequado para as lâmpadas LED.
Isso porque, apesar de contarem com diversos materiais recicláveis em sua composição, tais como vidro ou plástico para habitação, cerâmica ou alumínio para o dissipador de calor, cobre para as resistências e cabos, a indústria ainda tem dificuldade em fazer a separação de todos os componentes de forma eficiente.
O primeiro passo é separar o material ainda em casa, jamais descartando as lâmpadas junto ao lixo comum. É interessante acomodá-las em caixas ou sacos grossos (para que não quebrem) e etiquetá-los, informando sobre o conteúdo. Desta forma, a pessoa que realizará a coleta saberá a forma mais adequada de manusear as sacolas.
Depois, procure uma empresa fabricante de lâmpadas (geralmente, há informações de contatos na própria embalagem). A Política Nacional de Resíduos Sólidos, lei federal vigente desde 2010, prevê que as fábricas e indústrias que produzem as lâmpadas – assim como as empresas que as comercializam – devem auxiliar na coleta e no tratamento dos produtos para garantir a descontaminação e a reciclagem dos materiais que os compõem, para que estes voltem a ser comercializados em outros produtos (a chamada “logística reversa”).
Outra opção são os postos de coleta seletiva que existem em lojas (geralmente as de materiais de construção) que vendem as lâmpadas. Estas empresas ficam responsáveis pelo recolhimento, pela descontaminação e pelo encaminhamento das lâmpadas para reciclagem. Normalmente, estes postos ficam nas áreas externas das lojas e devem ser armazenadas na horizontal, evitando, assim quebras e consequentes contaminações.
Veja, aqui os lugares que aceitam lâmpadas fluorescentes e as encaminham para a reciclagem.
Como essas lâmpadas não são recicláveis, geralmente são descartadas juntos aos demais resíduos sólidos comuns para serem encaminhadas ao aterro sanitário. É importante que sejam colocadas em caixas de papelão ou saco grosso para que não se quebrem e machuquem quem irá manuseá-las.
Você ainda pode verificar se as empresas e pontos de coleta que aceitam lâmpadas fluorescentes também recebem estes dois outros tipos.
Entendeu por que a reciclagem de lâmpadas é tão importante?
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