21 de Novembro de 2019,12h30
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Sustentabilidade é um tema tão universal que até mesmo o setor hospitalar está implantando práticas para reduzir o impacto ambiental em suas operações. Em razão disso, nos dias 11 e 12 de novembro, o Centro de Convenções Rebouças, em Pinheiros, na capital paulista, foi palco do 12º Seminário Hospitais Saudáveis, iniciativa que premia os melhores exemplos nacionais de gestão ambiental do segmento.
O evento, que acontece desde 2008, conta com o apoio de entidades e órgãos públicos, como a Secretária de Saúde do Estado de São Paulo, a Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e outras associações. “Além de premiar as melhores ações, o objetivo é compartilhar novas ideias de como a área da saúde pode ajudar a salvar o meio ambiente”, disse Vital de Oliveira Ribeiro, presidente do projeto Hospitais Saudáveis, que organiza o evento todos os anos.
De todas as edições, o ano de 2019 foi o que mais recebeu inscrições de hospitais e consultórios para concorrer ao prêmio “Amigo do Meio Ambiente”. Dos mais de 160 participantes, apenas 15 ganharam a placa de homenagem. O reconhecimento sustentável permite que o paciente tenha a certeza de que está frequentando um local sério e que respeita o verde.
Ana Carolina Watanabe Vieira, profissional que atua no Centro Estadual de Análises Clínicas da Zona Leste, foi uma das selecionadas para receber a premiação. Ela e sua equipe reduziram a quantidade de resíduos nos ambientes do Centro e ainda economizaram na compra de materiais hospitalares.
“Todo produto infectante deve ser armazenado dentro de galões específicos para seguir para incineração. Antes, tínhamos que comprá-los. Nós começamos a reaproveitar recipientes de outros produtos para armazenar esse tipo de resíduo, o que gerou uma economia”, contou.
Segundo Ana, esse processo não é simples. É preciso que se analise o local que receberá o armazenamento para saber se ele é compatível com o produto que será depositado.
A profissional ainda esclareceu que existe um mito em achar que todo resíduo que está na área da saúde é infectante e precisa ser incinerado. “As caixas de papelão e outras embalagens plásticas limpas nós encaminhamos para a reciclagem”. Além disso, o laboratório conseguiu fazer a logística reversa de um produto chamado “gelox”, placas de plástico que, congeladas, servem para manter o medicamente resfriado dentro de um isopor.
Mesmo aqueles que não foram premiados tiveram a oportunidade de expor seus trabalhos por meio de banners em outra área do evento. Foi o caso da Unidade Básica de Saúde (UBS) Nossa Senhora do Brasil, que fica na região da Bela Vista, zona Central da cidade. Além de separar papel, plástico, metal e vidro, a unidade implantou lixeiras para resíduos especiais como chapas de raio-x, pilhas e baterias, óleo, entre outros.
A UBS também ultrapassou os muros do centro médico: investiu na prática de fazer palestras sobre educação ambiental para a população próxima ao local.
“Falamos sobre a importância da coleta seletiva e da preservação do meio ambiente para crianças em escolas, por exemplo”, contaram os agentes de promoção ambiental da unidade, Felipe Siqueira Sabaini e Solange de Almeida de Carvalho.
Além de observar o exemplo de cada unidade, os profissionais tiveram a oportunidade de assistir a palestras com médicos internacionais discutindo sobre como fazer compras mais sustentáveis para a área da saúde. “É gratificante ver que estamos lutando para manter boas práticas na área hospitalar”, finalizou Alice Tiago de Souza, representante da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo.
Texto produzido em 13/11/2019
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