22 de Marco de 2019,11h30
Veja outros artigos relacionados a seguir
A melhor professora do mundo pode ser uma brasileira. A paulistana Débora Garofalo está no ranking dos 50 melhores docentes do “Global Teacher Prize”, considerado o “Prêmio Nobel da Educação”.
A profissional foi selecionada entre 10 mil candidatos de 179 países. O vencedor será revelado em março, em um evento em Dubai, nos Emirados Árabes. Ela é a primeira mulher brasileira a conseguir disputar essa premiação internacional. Para a seleção, a comissão de julgadores levou em conta práticas educacionais inovadoras que valorizam o educador e ao mesmo tempo tornam os alunos cidadãos que façam a diferença.
Para conseguir esse reconhecimento, Débora introduziu a disciplina de tecnologia na escola municipal Ary Parreiras, no bairro Cidade Leonor, na zona sul de São Paulo. A professora ensina crianças a transformar o lixo das ruas em protótipos robóticos. “Leciono em uma comunidade muito carente, os estudantes moram em um local com muito acúmulo de lixo e tinham falta de interesse em sala de aula. Achei que com a robótica poderia solucionar parte do problema com os resíduos e engajá-los nas aulas”, explica.
A tática deu certo. Debora reuniu as crianças e juntas arregaçaram as mangas e começaram a recolher os resíduos das ruas para servir de material para as invenções tecnológicas. As aulas de tecnologia são ministradas há três anos e, desde então, já reuniram uma tonelada de materiais. Os itens que não serviam para uso em sala foram doados para cooperativa de catadores.
O interesse dos estudantes em participar das aulas aumentou bastante, inclusive fora do horário escolar. “Os alunos que estudam de manhã começaram a pedir para frequentar as aulas de robótica da tarde como voluntários para ajudar os colegas a montar seus protótipos”, diz a professora.
Com tantos inventos e interesse dos alunos por tecnologia foi preciso realizar uma feira de ciências para expor todas as criações. Carros feito com papelão, rodas com tampas de garrafas pet e movidos com a pressão de ar, máquinas de refrigerante de papelão que servem bebida e uma mão mecânica de papel que se mexe estão entre as invenções dos estudantes, todas realizadas a partir de recicláveis.
Mais de 500 pessoas, incluindo professores e estudantes universitários, puderam conhecer o trabalho dos alunos. “Antes tinha criança que não tinha perspectiva de futuro devido às dificuldades que vivem. Hoje alguns pensam em ser engenheiros ou cientistas e querem levar a invenção que criaram para mostrar para a família e amigos. Isso para mim já é um prêmio”, orgulha-se a professora.
Filha caçula de três irmãos e criada apenas pela mãe, Débora comemora o fato de ser a primeira mulher brasileira a concorrer ao prêmio considerado o “Nobel da Educação”. Assim como os seus alunos, a educadora conta que já foi uma estudante com uma vida muito simples e sem condições financeiras.
“Posso dizer, com toda a certeza, que a educação transforma e muda o nosso destino para melhor”, conclui.
Texto produzido em 10/01/2019
Iniciativa busca conscientizar crianças sobre gestão adequada deste tipo de resíduo
Descarte é gratuito e serão aceitos itens de todos os tamanhos, exceto pilhas e lâmpadas
Ações buscam promover Dia Mundial da Limpeza de Rios e Praias, celebrado em 20 de setembro
Setembro de Segunda Mão apresenta alternativas para reduzir impacto da indústria têxtil