23 de Junho de 2021,11h00
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Com toda a atenção da mídia voltada à pandemia e à emergência climática, uma terceira crise, a poluição por plástico, acabou desaparecendo nos últimos meses das páginas dos principais veículos do mundo. Mas a divulgação recente dos resultados de um estudo sobre a composição do lixo oceânico representa um novo alerta para essa crescente ameaça global.
Pesquisadores da Universidade de Cádiz, na Espanha, revelaram que 80% dos resíduos encontrados nos mares do planeta contém plástico, enquanto 75% do lixo oceânico é composto de apenas dez itens diferentes. O estudo também indica que apenas quatro itens representam 44% de todo o lixo encontrado nos oceanos.
Publicados na revista Nature Sustainability, os resultaram identificaram que, em média, em todos os ambientes marítimos, os quatro principais resíduos coletados foram: sacolas plásticas (14%), garrafas pet (12%) e embalagens e talheres, com 9% cada um.
Os itens restantes encontrados, em ordem decrescente, foram: cordas sintéticas, artigos relacionados à pesca industrial, tampas de plástico, embalagens diversas, garrafas de vidro e latas de alumínio.
Pesquisadora do Laboratório de Lixo Marinho da Universidade de Cádiz, Carmen Morales explica que grande parte do entendimento sobre o lixo plástico que ia parar nos oceanos se baseava em suposições. Então, sua equipe se propôs a fornecer um novo e completo diagnóstico, de baixo para cima, para entender a origem dos resíduos.
“Já era esperado que o plástico fosse o material predominante do lixo marinho, mas foi chocante descobrir que sacos, garrafas, recipientes para alimentos, talheres e embalagens respondem por quase metade dos objetos descartados. Além disso, o estudo nos ajudou a entender quais atividades humanas e industriais impactam mais o meio ambiente”, revelou Morales.
Estima-se que cerca de 8,8 milhões de toneladas de lixo plástico acabam nos oceanos todos os anos. Além do desequilíbrio ecológico, os resíduos se decompõem em partículas minúsculas que entram na cadeia alimentar dos peixes e dos animais marinhos e podem chegar ao organismo dos seres humanos. Microplásticos já foram encontrados em quase todas as fontes de alimento oceânicas, como crustáceos e moluscos.
Um relatório do ano passado publicado pela revista Science Advances indicou que os países ricos são os responsáveis pela maior parte dos resíduos plásticos produzidos por pessoa no mundo, com os EUA e o Reino Unido no topo do ranking. Já a China e a Indonésia são os maiores poluidores dos oceanos com lixo plástico.
O seu papel é fundamental para a redução do uso do plástico ou para seu reaproveitamento. Uma primeira dica é verificar se a produção do que você anda usando em casa é feita com plástico reciclável.
Para isso, basta procurar o símbolo da reciclagem nas embalagens. São aquelas setinhas que apontam uma para outra em formato triangular. A segunda dica é separar o lixo em dois: comum e reciclável.
Assim, você garante que os resíduos plásticos sejam encaminhados para uma Central Mecanizada de Triagem ou para uma cooperativa de catadores de lixo reciclável.
Tenha duas lixeiras em casa para separar o lixo comum do reciclável, isso facilita o processo. Higienize suas embalagens antes de descartá-las para a coleta, o importante é utilizar água de reuso ou guardanapos sujos no procedimento.
Fique atento aos dias e horários que o caminhão da coleta seletiva passa na sua residência, não misture os sacos do comum com os recicláveis. Coloque o lixo para coleta com poucas horas de antecedência, assim, ele não corre o risco de ser levado pela chuva, entupindo bueiros e causando enchentes.
Texto Produzido em 23/06/2021
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