13 de Agosto de 2021,12h00
Veja outros artigos relacionados a seguir
Com o aquecimento global e as mudanças climáticas, a água se tornou um recurso escasso em muitas regiões. A expectativa é de que esse fenômeno se agrave ainda mais futuramente. Como uma alternativa, a ONU propôs o reaproveitamento da água para evitar extrair o recurso da fonte.
A solução já foi adotada em alguns países. Windhoek, capital da Namíbia, é precursora nessa tecnologia e produz sua água potável desde os anos 1960. Singapura, Israel e EUA também se destacam quando o tema é água de reúso.
Em Tel Aviv, capital de Israel, a água que escorre pelos ralos vai para estações de tratamento e é recuperada. No processo de purificação, o esgoto é bombeado para dentro da terra e novamente retirado. Depois passa por tratamentos físicos, químicos e biológicos na Estação de Tratamento de Águas Residuárias Shafdan, a maior do Oriente Médio.
No Brasil, a técnica ainda é pouco utilizada, mas poderia ser uma ótima aliada para o enfrentamento desses períodos difíceis de crise hídrica com as contas de luz ficando mais caras e o Sistema Cantareira com volume semelhante a 2013, período pré-crise hídrica.
A medida evita que mais água seja retirada dos mananciais. De acordo com a ONU, a água de reúso não seria destinada necessariamente para o consumo das pessoas. Ela iria, por exemplo, para a agricultura e refrigeração das centrais elétricas na indústria, processos que consomem uma grande quantidade de água doce.
Outra vantagem é que trata-se de um recurso mais barato e mais eficiente energeticamente do que a dessalinização da água do mar, outra solução possível e já apresentada por alguns especialistas.
Um grande empecilho para a popularização da tecnologia é o seu alto custo. Tratar as águas residuais custa cinco vezes mais do que tratar a água dos rios.
Como forma de rentabilizar as instalações existe a possibilidade de gerar biogás e extrair os elementos fertilizantes (como nitrogênio e fósforo) a partir da recuperação do lodo. Apenas o fósforo tem a capacidade de satisfazer entre 20% e 30% da demanda por fertilizantes.
Texto produzido em 13/8/2021
Dados revelam desafios para ampliar volume de reaproveitamento e economia circular no país
Dado foi divulgado durante Fórum Mundial de Economia Circular em São Paulo
Organização africana transforma chinelos descartados nas praias em esculturas artísticas
Material reciclado paga imposto duas vezes e perde para matéria-prima virgem