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Seminário debate a situação das águas no Brasil

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A preocupação com o meio ambiente é algo que cresce em todo o planeta, inclusive no Brasil. Para debater sobre as práticas ambientais brasileiras, a Folha de S. Paulo, em parceria com a Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio) e a Novelis, empresa de alumínio industrial, organizou um seminário para falar sobre uma economia mais limpa, que não impacta o sistema ecológico do país.

No evento, houve ainda debates entre profissionais que apoiam a criação de taxas para multar pessoas que abusam dos recursos naturais e premiar os que ajudam a preservar. Outros especialistas discutiram a possibilidade de inserir energias naturais para o abastecimento da população. Já representantes do governo e de associações mostraram a evolução da política para a reciclagem e, finalmente, houve um grupo de especialistas em recursos hídricos que mostrou a importância de uma água mais limpa para o país.

Esse último grupo de profissionais, formado por Adriana Lustosa, representante do departamento de recursos hídricos do Ministério do Meio Ambiente; Alexander Turra, professor e pesquisador do Instituto Oceanográfico da USP e membro do Plano Nacional de Combate ao Lixo do Mar, e Malu Ribeiro, especialista em água pela SOS Mata Atlântica, mostrou que é preciso unir forças entre vários setores para que a água do Brasil seja salva e fique cada vez mais limpa.

Por ora, a situação não é das melhores. O oceano brasileiro está cada vez mais poluído e com grande quantidade de lixo. Isso é preocupante, pois além de afetar o lado mais visível, o meio ambiente, a degradação dos mares também prejudica a economia brasileira.

O país é dependente do mar para atividades como pesca e turismo. Isso movimenta renda, geração de empregos e eleva o Produto Interno Bruto. “Ter lixo no mar representa que estamos matando nossa galinha dos ovos de ouro”, disse Alexander Turra. 

Exemplo disso é o mar de Santos, em São Paulo. O município abriga o maior porto do país, tem biodiversidade e pontos de mergulho que atraem turistas, movimentando a economia da cidade. Em contrapartida, a maioria das praias está imprópria para banho devido à poluição do mar. O especialista citou ainda que as águas da Baixada Santista contam com um lixo muito peculiar: cotonetes.

“Esse resíduo vem do descarte incorreto de pequenos lixos pelo vaso sanitário. São materiais miúdos e, por isso, dificilmente são pegos pelo emissário submarino, canal que devolve a água tratada do esgoto para o mar”, explicou o oceanógrafo.

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Rio Amazonas. Foto: Gustavo Frazao/shutterstock.com

O Ministério do Meio Ambiente reconhece que os esforços governamentais para a educação ambiental não são o suficiente. Adriana Lustosa, representante do órgão, admite que é preciso urgentemente mostrar a importância da preservação para as crianças na escola e também comunicar melhor toda a população em relação a poupar os recursos naturais. “Estamos correndo para consertar o prejuízo. A educação ambiental foi tratada como prioridade quando reformulamos as leis dos recursos hídricos. Já trabalhamos em parceria com o Ministério da Educação para entrar cada vez mais na área do ensino”, enfatizou.  

Adriana disse também que o governo tem recebido mais demandas em relação à preservação ambiental devido ao crescimento do interesse da população em saber a situação da água. De acordo com ela, isso aconteceu depois da crise hídrica de São Paulo, de 2014 a 2016. As pessoas ficaram com medo de ficarem desabastecidas. “Depois desse episódio, não só em São Paulo, mas em todos os lugares do Brasil, a sociedade demanda desenvolver ações para o uso sustentável da água”, afirmou.

Malu Ribeiro, especialista em água da SOS Mata Atlântica, disse que é preciso zelar pela qualidade dos recursos hídricos. As análises da água feita pela SOS Mata Atlântica mostraram que há presença de metais pesados e contaminantes invisíveis, como hormônios e antibióticos.  

De acordo com a especialista, a água ainda não tem a devida importância na agenda política e é preciso medidas rápidas. Trata-se de uma questão de saúde pública: cerca de 70% das doenças que levam à internação e à morte de idosos e crianças no Brasil são em razão da água poluída. Se houvesse uma boa gestão dos resíduos e da água, dengue, zika e chicungunha, não atacariam de forma tão perversa.

 “Infelizmente, ainda estamos discutindo saneamento básico, que deveria ser um bem de todos. Na verdade, deveríamos debater sobre saneamento ambiental, que preza por uma água mais limpa para a sociedade”, finalizou.


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