29 de Julho de 2021,15h00
Veja outros artigos relacionados a seguir
O skate fez a sua estreia nas Olimpíadas de Tóquio 2020 com as disputas da categoria Street e o Brasil faturou duas medalhas de prata. Uma no feminino para a jovem Rayssa Leal (13) e outra no masculino para Kelvin Hoefler (27).
O sucesso da modalidade na competição deve incentivar nos próximos anos milhares de novos praticantes, mas essa nova e bem-vinda onda pode gerar um impacto ambiental negativo, já que os shapes não são recicláveis.
Apesar disso, existem algumas alternativas bem legais para a sua reutilização, além de tecnologias que permitem a confecção de skates a partir de material reciclável.
O shape, por exemplo, pode ser transformado em obras de arte e objetos de decoração com técnicas de upcycling. O termo em inglês define uma tendência que busca reaproveitar com criatividade os resíduos e transformá-los em novos itens.
Skatista profissional e designer paulistano, Renan Lazzarotti (27) abordou o tema no seu trabalho de conclusão de curso na Faculdade Belas Artes. Ele idealizou o Projeto RL, onde o material descartado é transformado em diferentes objetos e acessórios, tais como óculos, bancos, volantes e até coadores de café.
Renan conta que a ideia surgiu da sua paixão pelo esporte. Ele estudou no seu TCC a composição, origem, utilização e descarte do skate baseando-se, principalmente, em uma pesquisa realizada na Califórnia.
“As estimativas apontam para centenas de milhares de skates descartados todos os anos, somente no estado de São Paulo. E todo esse material acaba sendo destinado aos aterros sanitários”, afirma.
Ainda de acordo com o designer, o shape é muito mais do que skate, é madeira, e seu trabalho pretende despertar a consciência ambiental e uma reflexão sobre os hábitos de consumo.
O jovem também trabalha em parceria com a esposa, a ourives paulistana Iris Sueyoshi (34), no projeto Átina Estúdio, uma joalheria artesanal que produz itens com sobras de skates das produções de Renan.
Quem quiser descartar um skate pode fazê-lo diretamente para o Renan, entrando em contato com a página do RL no Instagram. Em alguns casos, skateshops (lojas de skate) coletam e dão a destinação correta aos shapes. Sempre verifique no estabelecimento em que fez a compra se eles fazem a logística reversa.
Outra alternativa sustentável para os skates que seriam descartados são os shapes feitos de material reciclado. O MudaLab, em parceria com o coletivo ESA (Experimental Skate Art), desenvolveu o Projeto Skate Infinito e já promoveu oficinas onde ensina técnicas para a confecção de shapes de plástico reciclado. Materiais como garrafas PET, sacolas, talheres e brinquedos são utilizados como matéria prima.
As oficinas são inspiradas no Movimento Maker e em seu conceito de faça-você-mesmo. “A gente trabalha tanto numa perspectiva de sensibilização e mobilização das pessoas para a questão da importância da reciclagem do plástico, como também promove a parte prática, de colocar a mão na massa”, explica Guilherme Kominami, sócio e fundador do projeto.
A finalização do skate é realizada nas aulas a partir de um pré-shape produzido pela equipe. Depois de pronto, o equipamento pode ser utilizado normalmente e é de excelente qualidade. Atualmente, nesse período de pandemia, as oficinas acabaram paralisadas.
Texto produzido em 29/07/2021
Unidade localizada em Bebedouro vai reduzir emissões e substituir combustíveis fósseis
Projeto resgata peças de marcas renomadas e oferece gratuitamente aos consumidores
Novos veículos de coleta vão deixar de consumir 65 mil litros de óleo diesel por mês
Inscrições para o edital Tudo na Circularidade devem ser feitas dia 5 de maio