Pilhas diversas. Foto: Ink Drop/shutterstock.com
08 de Maio de 2018,14h39
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Não é novidade para quase ninguém que utilizamos cada vez mais aparelhos eletrônicos em nossas rotinas diárias: smartphones, notebooks, controles remotos diversos...A maioria deles, se não todos, têm como fonte de energia as baterias e pilhas. Mas, você sabe como fazer o descarte correto desses componentes e como é feita a reciclagem de pilhas e baterias usadas?
Apesar de existirem diversos modelos, as pilhas e baterias são dispositivos praticamente iguais. Uma bateria nada mais é do que uma sequência de pilhas formadas por agrupamentos em série ou em paralelo.
Antes de mais nada, é preciso entender os motivos pelos quais estes resíduos não devem ser descartados no lixo comum (já que vão parar em aterros sanitários) ou deixados nas ruas para que catadores o recolham.
As pilhas e as baterias possuem componentes tóxicos prejudiciais ao meio ambiente e à saúde, tais quais mercúrio (a maioria das pilhas botão, alcalinas e de óxido de prata), cádmio (pilhas recarregáveis), chumbo, zinco e níquel.
Caso sejam incineradas, os gases resultantes darão lugar a elementos tóxicos voláteis, ou seja, que contaminam o ar. Se descartadas em aterros ou nas ruas, podem intoxicar o solo, os rios e, por consequência, vegetais e animais, além de causar problemas à saúde humana, já que nossos organismos não metabolizam essas substâncias. Com isso, podemos ter problemas graves no sistema nervoso e até câncer.
Cada tipo de pilha contém, pelo menos, dois metais presentes em duas formas químicas diferentes, como metais puros e óxidos. Desta forma, ainda que nem todas as pilhas sejam iguais e nem apresentem o mesmo risco ao meio ambiente e à saúde, toda pilha que possui alta concentração de metais deve ser considerada um elemento potencialmente perigoso.
Entendeu por que o descarte correto e a reciclagem de pilhas e baterias são tão importantes?
Você deve estar se perguntando: onde reciclar pilhas e baterias? O primeiro passo e separá-las ainda em casa. Envolva-as em um plástico resistente para que não vazem (podendo contaminar outros objetos), e não as misture com outros materiais que também serão descartados.
Depois disso, consulte os Postos de Entrega Voluntária (PEV) – pontos de coleta – mais próximos à sua casa ou trabalho para realizar a entrega. Você pode fazer esta busca clicando aqui. Também é possível descartar esses produtos, na cidade de São Paulo, em lojas de algumas das maiores redes de supermercados.
Muitas empresas que produzem pilhas e baterias já contam com sistemas de logística reversa e responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos, ou seja, possuem postos de coleta para reaproveitarem este material. Inclusive, são obrigadas por lei a oferecerem essas estruturas.
Infelizmente, em nosso país, apenas 1% dos 400 milhões de baterias e mais de 1 bilhão de pilhas vendidas por mês são recicladas. Isso porque o procedimento utilizado exige um elevado consumo de energia e os tratamentos posteriores, realizados para reaproveitar o restante de componentes, exigem alto investimento econômico.
Para se ter uma ideia do custo elevado necessário para a reciclagem desses materiais, a tonelada custa R$ 990, enquanto a reciclagem de papel custa R$ 420 a tonelada.
“O que falta no Brasil são mais postos de recolhimento do material, além da educação das pessoas, que precisam se acostumar a não jogar pilhas e baterias fora”, afirmou Fatima Santos, diretora comercial da Suzaquim, empresa que faz esse tipo de reciclagem, ao site da revista Mundo Estranho.
É importante saber que existem processos de reciclagem que são apropriados para apenas um tipo de pilhas. Por isso, é necessária uma classificação inicial. Há, também, outros métodos que podem realizar o tratamento de todos os tipos de pilhas misturados, que exige um maior número de etapas no tratamento.
Normalmente, as operações realizadas são: separação, trituração, filtragem, teste químico e tratamento térmico.
O primeiro passo é separar as pilhas e baterias por tipo (celular, carro etc.). As pilhas comuns são abertas e suas capas plásticas são retiradas, separando-se do miolo metálico. O plástico é encaminhado para reciclagem especializada.
A parte metálica é triturada até virar pó. Este pó, então, é tratado quimicamente até seu pH ser neutralizado. Assim, deixa de reagir e ser tóxico ao meio ambiente.
Depois, o pó segue para um filtro do tipo prensa, que separa a parte líquida (que segue para uma estação de tratamento) da sólida.
O material passa, então, por um teste químico para revelar qual metal está mais abundante em sua composição. Isso definirá qual será a cor do produto final.
A mistura vai para aquecimento em um forno a mais de 1.300 Cº. Ela se transforma em um óxido metálico em pó, neutralizado e, portanto, inofensivo ao meio ambiente e à saúde que pode ser usado, por exemplo, como corante para a fabricação de cerâmicas, vidros, fogos de artifício, pisos e azulejos.
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