12 de Fevereiro de 2020,11h00
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Todos os componentes de uma bateria de chumbo ácido possuem potencial para reciclagem. Mas você pode estar se perguntando quais são esses componentes ou ainda o que é uma bateria de chumbo ácido. Essencial para o funcionamento de carros, motos e embarcações, esse material é responsável pelo gerenciamento eletrônico dos veículos e é utilizado para receber, armazenar e liberar energia elétrica por meio de reações químicas que envolvem sua composição: chumbo e ácido sulfúrico.
Com uma representatividade de 80% na fabricação de baterias automobilísticas, de acordo com dados do Instituto de Metais Não Ferrosos, o chumbo é um metal que pode ser reciclado indefinidas vezes, sem perder sua estrutura físico-química. Sua reciclagem no Brasil é a principal fonte de matéria-prima, representando 53%. De acordo com André Saraiva, Presidente e CEO do Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (PRAC), essas características fazem com que o produto seja alvo de muita procura no final da sua vida útil.
“A destinação correta de baterias de chumbo ácido garante que seus componentes perigosos fiquem afastados de aterros e de incineradores de lixo urbano, e que o material recuperado possa ser utilizado na produção de novos bens de consumo”, explica Saraiva.
Além do prejuízo ao meio ambiente por ser composta por elementos tóxicos, o descarte incorreto da bateria proporciona perdas financeiras. Isso porque, se ela receber uma destinação incorreta não poderá ser reaproveitada.
A prática do descarte adequado proporciona ainda uma diminuição na quantidade de chumbo importado pelo Brasil. Sem a produção do material no país, desde 1998, ele hoje é proveniente de duas fontes: reciclagem e importação (47% do consumo).
Imagine que a bateria é o coração do seu veículo. Responsável por acumular energia para o seu funcionamento e com duração de cerca de dois anos, ela é passível de troca em algumas situações. É aí que entra o seu processo de reciclagem.
Por ser composta de plástico, chumbo e solução ácida, o processo se inicia com a separação desses materiais por tipo. Um equipamento é o responsável por triturar a sucata da bateria e separar o plástico do chumbo por meio de um sistema de gravidade, que leva em consideração o peso do plástico.
Após separados, o plástico passa por um processo de trituração, é moído e transformado em uma massa homogênea que servirá posteriormente para a produção de caixas e tampas para novas baterias.
Já o chumbo, segue para o processo de fundição, onde o metal é transformado em líquido e ganha um novo formato. Posteriormente, o material líquido é transformado em sólido através de um processo chamado de lingotamento e, depois, está pronto para ser utilizado na fabricação de novas baterias.
A solução ácida passa por um processo de recuperação do eletrólito, ou seja, dos polos negativos e positivos que geram os íons da bateria, para serem inseridos no início do ciclo de uma outra cadeia ou produto.
O único rejeito gerado durante o processo de reciclagem e que, portanto, não pode ser reaproveitado, é a escória, um material arenoso resultado do processo de fundição do chumbo. Estima-se, porém, que, em breve, ele também poderá ser reutilizado.
De acordo com Saraiva, um dos desafios do setor para a reciclagem é o número de recicladoras que não cumprem a legislação e atuam no mercado nacional de forma irregular criando riscos. Foi pensando em atender esse mercado que o Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada se uniu à empresa Tamarana Tecnologia Ambiental no desenvolvimento de uma parceria para oferecer uma ferramenta de destinação ambientalmente adequada.
“Nós orientamos as empresas a respeito das licenças ambientais que o gerador, o transportador e o reciclador devem possuir para garantir a destinação ambientalmente adequada”, explica Saraiva.
Texto produzido em 18/04/2019
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