31 de Janeiro de 2023,15h00
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Catador de materiais recicláveis e cientista social, Alexandro Cardoso foi nomeado para ocupar a direção do Departamento de Resíduos no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima.
Alex, como é conhecido popularmente, acabou indicado após uma série de organizações do setor entregaram para a ministra Marina Silva uma carta solicitando sua nomeação.
A mobilização teve à frente o Movimento Nacional dos Catadores de Recicláveis (MNCR), a União Nacional de Catadores e Catadoras de Material Recicláveis (Unicatadores) e a Associação Nacional de Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat).
"Estou imensamente honrado em receber esta oportunidade de contribuir para o futuro da nossa nação", disse Alex em publicação no Instagram.
Voz da categoria no Brasil
Nascido e criado numa família de duas gerações de agentes ambientais, popularmente conhecidos como catadores de lixo reciclável, Alexandro Cardoso apresentou em fevreiro do ano passado seu Trabalho de Conclusão de Curso em Ciências Sociais na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Aos 42 anos, Alex ainda publicou um livro, Do Lixo a Bixo: A Cultura dos Estudos e o Tripé de Sustentação da Vida, onde conta sua história de resiliência e superação.
Um dos fundadores do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), o cientista social abandonou os estudos para trabalhar na rua quando estava na quinta série.
Batalhador e perseverante, seguiu firme numa trajetória de ascensão e depois de se transformar em um palestrante reconhecido no Brasil e no mundo, decidiu voltar para a escola.
Em 2015, recomeçou a vida nas salas de aula e completou o Ensino Fundamental e o Médio na modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA). Em 2018, fez um cursinho popular e foi aprovado na UFRGS.
Pai de quatro filhos e avô de duas netas, Alex agora quer fortalecer sua luta para ampliar os horizontes dos agentes ambientais.
“A minha infância e minhas brincadeiras foram no meio da reciclagem. Eu brincava de separar material e de varrer o pátio. Aprendi com meus pais dentro daquele processo, mas não deixei de ser criança”, recorda Alex em entrevista ao portal GZH.
“A catação, hoje, ainda enfrenta a exclusão. Mas, antigamente, era pior porque era criminalizada. Quem trabalhava com catação era o primeiro a ser apontado como criminoso. Estas transformações foram me moldando. Tem sido uma vida pulsante, de muito sofrimento e muita pobreza, mas não uma vida pobre. Minha vida é rica em lutas e conquistas. A cada pequena conquista há uma grande comemoração porque dou valor a cada pequeno passo”, finaliza o agente ambiental.
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