23 de Outubro de 2024,11h00
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O Brasil lança anualmente cerca de 1,3 milhão de toneladas de plástico nos oceanos, aponta o relatório Fragmentos da Destruição, publicado na última quinta-feira (17) pela Oceana.
O documento coloca nosso país entre os 10 maiores poluidores do mundo por este tipo de resíduo e expõe o impacto do lixo plástico em tartarugas, peixes, aves e mamíferos marinhos.
O relatório ainda destaca a presença generalizada de microplásticos em espécies de peixes consumidos pelos seres humanos e os desdobramentos sanitários da crise.
O estudo também revela que 85% das espécies marinhas que ingeriram plásticos estão ameaçadas de extinção.
No Brasil, já foram encontrados fragmentos plásticos nos sistemas digestivos de 200 espécies, incluindo 98% dos peixes analisados nos rios amazônicos.
Além disso, 70% das tartarugas-verdes ingeriram plástico, sendo as sacolas e embalagens os itens mais encontrados.
Diretor-geral da Oceana, Ademilson Zamboni reforça a necessidade de substituir o atual modelo de produção e descarte de plásticos.
“Esperamos que o Brasil assuma um papel de liderança na redução da poluição plástica. Há evidências científicas mais do que suficientes sobre a piora e a gravidade da crise. A indústria não pode continuar negando sua responsabilidade e o Poder Público precisa necessariamente liderar uma transição”, afirma Zamboni.
Vale lembrar que a Oceana, com apoio de 70 organizações, incluindo o Recicla Sampa, defende a aprovação do Projeto de Lei 2524/2022, que propõe a implementação de uma Economia Circular do Plástico no país.
Os objetivos são reduzir a quantidade desnecessária de embalagens e produtos descartáveis colocados no mercado brasileiro e minimizar os impactos ambientais.
“Com esse projeto de lei, governos e empresas brasileiras precisarão trabalhar juntos para acabar com os plásticos descartáveis, mantendo no sistema somente os recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis”, explica a equipe da ONG.
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