14 de Maio de 2025,10h00
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A negligência com a reciclagem de resíduos sólidos no Brasil não impacta apenas o meio ambiente, ela representa uma perda significativa de oportunidades de trabalho.
Segundo estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), cada mil toneladas de recicláveis processados podem gerar até 10 empregos diretos.
Diante disso, o país deixa de criar entre 500 mil e 1 milhão de postos de trabalho por ano com o descarte de lixo reciclável em aterros, lixões clandestinos e no meio ambiente.
O dado revela o enorme potencial da cadeia da reciclagem para fomentar o mercado de trabalho, desde a coleta seletiva até a industrialização dos materiais reaproveitados.
Com mais de 80 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos gerados anualmente, dos quais cerca de 30% são tecnicamente recicláveis, o Brasil ignora não apenas uma chance de gerar renda, mas também de promover inclusão social.
O desperdício também afeta diretamente a economia. Estimativas apontam que o país perde até R$ 14 bilhões por ano ao deixar de reaproveitar plásticos, papéis, vidros e metais que poderiam ser reciclados.
Esse valor representa capital não reinjetado em negócios, tributos e geração de riqueza, sobretudo em setores populares e cooperativas de reciclagem que atuam na base da pirâmide.
Além disso, os empregos potenciais não criados ampliam a informalidade no setor e comprometem a profissionalização de milhares de catadores, que poderiam atuar em estruturas mais organizadas, com remuneração justa e reconhecimento formal.
Nesse contexto, a reciclagem no Brasil representa mais do que uma solução ambiental: trata-se de uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento socioeconômico, que alia geração de renda à sustentabilidade e reforça o papel da economia circular como alternativa viável e urgente para o país.
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