Canadá começa a reciclar rolhas de cortiça

Chegar em casa naquele dia frio, abrir um bom vinho e relaxar depois do trabalho é muito prazeroso, mas você sabia que ainda não há uma tecnologia para reciclar as rolhas de cortiça? Pois é, e elas acabam quase sempre nos aterros sanitários, isso quando não são descartadas de forma inadequada no meio ambiente.

Foi pensando numa solução para esse problema que a Return-It, ONG especializada na logística reversa do setor de bebidas, e a SOLE, fabricante de calçados sustentáveis, ambas canadenses, desenvolveram um programa piloto para coletar, processar e reaproveitar as rolhas, produzidas aos milhões todos os anos pela famosa indústria de vinhos do país.

Neste período de testes, foi instalado um único ponto de coleta na região de West Kelowna. A previsão é ampliar nos próximos meses a quantidade de pontos para toda a Colúmbia Britânica, província localizada no extremo oeste do Canadá.

Segundo a SOLE, cada par de palmilhas, sapatos e sandálias de cortiça reciclada contém entre 22 e 60 rolhas de vinho. Além de serem ambientalmente sustentáveis, os calçados são naturalmente elásticos, absorvem a umidade e reduzem os odores ruins.

CEO e presidente da Return-It, Allen Langdon explica que a cortiça é um ótimo material para este tipo de produto, principalmente por ser 100% natural e carbono-negativo. “Ela é ideal para substituir as espumas e o plástico à base de petróleo utilizadas atualmente na indústria calçadista”, revela Allen.

“Ao utilizar nossos recursos e sistemas para reciclar cortiça, adicionamos um elemento novo e empolgante à nossa missão de desafogar o volume de resíduos nos aterros e promover a economia circular no Canadá e no mundo”, finaliza o executivo.

 

A Return-It também destaca que para uma tonelada de cortiça colhida, a floresta absorve 70 toneladas de CO2 da atmosfera. E a colheita da casca também aumenta de três a cinco vezes o consumo de carbono do sobreiro, espécie de carvalho do qual se extrai a cortiça, além de ter o poder de prolongar a vida útil da árvore para mais de 300 anos.

Texto Produzido em 15/6/2021