04 de Abril de 2025,10h00
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Em 2023, os catadores e catadoras autônomos coletaram cerca de 4,5 milhões de toneladas de resíduos sólidos urbanos em todo o Brasil, com 100% de reaproveitamento dos materiais.
Os dados foram divulgados em reportagem do Valor Econômico e destacam o papel fundamental da categoria na cadeia da reciclagem e no fortalecimento da economia circular no país.
Mas infelizmente, mesmo exercendo atividades importantíssimas — coleta, triagem e envio dos materiais recicláveis para a indústria —, os catadores ainda recebem remuneração apenas pela venda do material.
Ou seja, o cenário revela uma injustiça estrutural: embora prestem um serviço ambiental e urbano à sociedade, não são pagos por todas as etapas que realizam.
Neste contexto, a Associação Nacional dos Catadores e Catadoras de Materiais Recicláveis (Ancat) reforça a necessidade de reconhecer esse trabalho como parte dos serviços ambientais e de remunerar adequadamente quem atua na base da cadeia da reciclagem no Brasil.
Segundo o presidente da Ancat, Roberto Rocha, é urgente implantar uma plataforma de serviços que valorize o trabalho dos catadores e amplie sua inserção em políticas públicas.
“Os catadores já estão prontos para atuar em diversas frentes. O que falta são políticas de incentivo para que nossa atuação ganhe mais força”, avalia Rocha.
A reportagem também chama atenção para o Projeto Circular, desenvolvido em parceria entre a Ancat e a Ambipar, multinacional brasileira de gestão ambiental.
A iniciativa tem como foco a profissionalização da reciclagem, com instalação de equipamentos modernos, melhoria na separação de resíduos e conexão direta com a indústria, o que amplia a eficiência e a produtividade das cooperativas e dos catadores autônomos.
O Brasil ainda recicla uma pequena parcela de todo o lixo que gera e perde bilhões de reais todos os anos com recicláveis descartados em aterros, lixões e no meio ambiente.
Com infraestrutura adequada e políticas públicas voltadas à logística reversa e à valorização social, o país pode transformar esse cenário, impulsionar a inclusão produtiva, gerar renda e reduzir a pressão sobre o meio ambiente.
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