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08 de Maio de 2018,14h08
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Quando foi morar sozinha, aos 21 anos, a designer Cristal Muniz se surpreendeu ao perceber que usava de quatro a cinco sacos de lixo por semana. Foi apenas três anos depois, em 2015, que decidiu levar uma vida livre de resíduos. Inspirada pelo blog “Trash Is for Tossers” (algo como "Lixo É para Estúpidos"), de uma americana que também não produz lixo, ela decidiu adaptar as dicas ao seu dia a dia.
Atualmente, com 27 anos e morando em Florianópolis, Cristal criou o blog “1 ano sem lixo”, decidida a compartilhar sua experiência. Seu primeiro passo? Trocar os absorventes descartáveis por um coletor menstrual. “É um lixo não reciclável, não é compostável – pois tem plástico e material orgânico misturados – e é contaminante. Um dos piores tipos de lixo, que acaba indo para o aterro sanitário e ficando centenas de milhares de anos lá”, explica ela.
O passo seguinte foi comprar uma composteira doméstica para transformar o lixo orgânico proveniente de sua cozinha em fertilizante para as plantas.
“É incrível, porque você deixa de jogar fora praticamente metade do seu lixo. É muito fácil de lidar, não dá mau cheiro, é pequena e dá para ter em apartamentos de praticamente todos os tamanhos. E você ainda gera um adubo muito rico para colocar na sua horta, em plantas ou para dar aos amigos que tenham jardim”.
O restante aconteceu aos poucos e naturalmente. Para isso, foi substituindo suas coisas conforme acabavam. Quando sua escova de dentes ficou velha, por exemplo, ela comprou uma de bambu, que é compostável. Ao terminar seus cosméticos, passou a comprar apenas os naturais e com embalagens eco friendly – que são fabricadas de maneira sustentável.
Agora, passou a produzir seus cosméticos, produtos de higiene pessoal, como pasta de dentes e desodorantes, e de limpeza da casa – todos produtos naturais e baseados em estudos científicos. As receitas são postadas em seu blog e no Instagram.
E a diferença foi enorme. Se antes ela descartava de quatro a cinco sacos de lixo por semana, hoje produz apenas uma sacola de materiais recicláveis a cada duas ou três semanas.
Cristal conta que a mudança foi simples e ocorreu de maneira muito natural. “Não foi difícil, porque fiz aos poucos e queria muito mudar. Teve um dia em que olhei para as minhas mãos e pensei: isso não faz sentido nenhum, estou produzindo um monte de lixo. E eu nunca mais pintei as unhas”, conta.
O projeto inicialmente era de um ano, mas já dura três e ela nem pensa em voltar atrás em suas escolhas. “O mais difícil é exatamente essa mudança de hábito, se acostumar com as coisas”, diz ela sobre os desafios de começar uma vida livre de lixo.
“Porque ter o ‘kit lixo zero’ na bolsa é muito simples: você coloca talheres dentro de um estojo, um copo, um guardanapo de pano e deixa na bolsa para quando for comer fora. Mas é preciso se habituar a pedir um suco no seu copo ou um salgado no seu guardanapo antes mesmo de te darem o descartável”, explica.
Muitas pessoas ainda acham que produtos sustentáveis são mais caros e que vão gastar mais dinheiro, caso decidam levar uma vida mais amigável com o meio ambiente. Para Cristal, porém, essa concepção está errada. “No geral, as coisas sustentáveis são mais caras individualmente, mas, no longo prazo, saem mais baratas. Mesmo os desodorantes mais caros que existem, por exemplo, ao longo de um ano são mais baratos – você gasta muito menos – do que comprar um aerosol por mês”, diz.
Olhe para o seu lixo. É esse o conselho dado por ela para que as pessoas possam produzir menos resíduos. Segundo Cristal, observando o próprio volume de descarte as pessoas podem repensar o consumo de determinadas coisas. E também podem fazer substituições por produtos com menos embalagens.
Outra dica é sempre ter em mãos produtos reutilizáveis, tanto em casa como na rua. Leve com você copos, talheres e guardanapos. E, claro, ter uma composteira em casa. E é Cristal que afirma
“não é necessário se preocupar com um possível mau cheiro proveniente do lixo. Se você cuidar direitinho e manter a composteira fechada, o que você vai sentir é apenas um cheirinho de terra molhada”, garante.
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