21 de Junho de 2021,13h00
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A empresa sueco-israelense Eco Wave Power firmou no começo do mês de junho um Memorando de Entendimento (MoU) com o Governo do Estado do Ceará para a implantação de uma usina que gera energia limpa com a força das ondas nas dependências do terminal portuário do Pecém.
Idealizado por uma equipe do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro, o projeto é inédito na América Latina e insere o Brasil no seleto grupo de países que buscam diferentes conceitos tecnológicos para atingir um mesmo objetivo: comprovar que as ondas do mar podem produzir eletricidade com confiabilidade de suprimento e a custos viáveis.
De acordo com a assessoria de comunicação do governo cearense, as ações a serem executadas em conexão com o MoU servirão como fase preparatória para a implementação da iniciativa e serão acompanhadas por uma equipe composta por representantes de cada uma das partes.
Durante a fase preparatória, o objetivo será concluir uma análise de pré-viabilidade na área do Complexo do Pecém, assim como finalizar o desenvolvimento preliminar da proposta. Além disso, o documento serve de preparação para o Contrato de Concessão a ser celebrado entre as partes, mediante resultados positivos da análise de pré-viabilidade.
“A Eco Wave Power tem uma tecnologia simples e viável, que pode utilizar as estruturas marítimas existentes do porto para produzir eletricidade limpa a partir das ondas. Isso está totalmente alinhado com os objetivos do nosso porto em se tornar o primeiro terminal portuário do mundo a realizar um teste de energia oceânica em águas tropicais”, afirma Danilo Serpa, Presidente do Complexo do Pecém.
De acordo com um estudo realizado pela UFRJ em 2019, o Brasil tem um potencial de energia das ondas estimado em 91,8 GW, considerando os 7.491 km da costa brasileira. O estudo aponta que a conversão de apenas um quinto desse potencial seria suficiente para abastecer cerca de 35% da demanda de eletricidade do país.
Outro estudo, da Universidade Federal do ABC, de 2020, calcula que somente a região nordeste, onde está localizado o Porto do Pecém, teria um potencial de energia oceânica estimado em 22 GW.
O diferencial da tecnologia brasileira é o uso de um sistema de alta pressão para movimentar a turbina e o gerador, conceito desenvolvido e patenteado pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia.
O conjunto completo do sistema é formado por um flutuador e um braço mecânico que, ao serem movimentados pelas ondas, acionam uma bomba para pressurizar água doce e armazená-la num acumulador conectado à uma câmara hiperbárica.
A pressão na câmara equivale à das colunas de água das usinas hidrelétricas. Altamente pressurizada, a água forma um jato responsável pela movimentação da turbina, que, por sua vez, aciona o gerador de energia elétrica.
“Estamos extremamente entusiasmados em colaborar com o Porto de Pecém, que busca liderança e inovação na produção de energia limpa das ondas”, afirma Inna Braverman, fundadora e CEO da Eco Wave Power.
Texto Produzido em 21/06/2021
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