11 de Marco de 2022,15h00
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De acordo com a ONU e com a Organizacão Internacional do Trabalho (OIT), mais de 15 milhões de pessoas trabalham com a coleta, a triagem e a reciclagem de resíduos gerados pelas cidades no mundo todo.
No Brasil, segundo levantamento do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), são cerca de 800 mil agentes ambientais, popularmente conhecidos como catadores de lixo reciclável, em atividade.
Os dados da MNCR ainda indicam que aproximadamente 70% desses profissionais são do gênero feminino.
Responsáveis pela retirada de milhares de toneladas de resíduos de residências, comércios, vias públicas margens de rios e praias, essas mais de 500 mil mulheres contribuem diretamente para o bom funcionamento das cidades e fazem girar a roda da economia circular.
Transformando aquilo que não serve mais para os outros em sua fonte de renda, esse exército de trabalhadoras precarizadas é peça fundamental para a construção de um mundo com equilíbrio ecológico.
É um trabalho que além de ajudar a reduzir a emissão de gases de efeito estufa, gera renda para milhares de famílias e desenvolvimento sustentável para o país.
No Brasil, a Lei nº 12.305, de agosto de 2010, instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), que reconhece a atuação de catadores e catadoras de materiais recicláveis como agentes imprescindíveis na gestão dos resíduos sólidos.
“Ao desempenhar o seu trabalho, as catadoras de lixo reciclável enfrentam preconceitos diversos, baixos salários, estigma, falta de proteção e invisibilidade social. Por isso, políticas inclusivas de gestão de resíduos que integrem os catadores e as catadoras de material reciclável às cadeias produtivas podem contribuir para promover o trabalho decente”, opina Thaís Dumêt Faria, oficial técnica em Princípios e Direitos Fundamentais no Trabalho para América Latina e Caribe da Organização Internacional do Trabalho.
“O processo de reconstrução da economia no pós-pandemia deve ser focado nas pessoas, e, para isso, será preciso criar mais e melhores empregos, com equidade, proteção social e inclusão”, finaliza Faria.
Texto produzido em 29/11/2021
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