05 de Maio de 2022,18h00
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Um grupo de cientistas da Universidade do Texas (EUA) anunciou a criação de uma enzima capaz de decompor resíduos plásticos que demorariam séculos para desaparecerem em apenas uma semana.
Publicada na conceituada revista Nature, a pesquisa informa ter descoberto, com ajuda da tecnologia machine learning, um método para produzir uma proteína que pode fragmentar o PET, polímero termoplástico presente em diferentes tipos de embalagens, produtos e roupas.
Isso acontece por meio de um processo chamado despolimerização, no qual um catalisador separa os blocos que compõem o PET em seus monômeros originais e consegue “repolimerizar” esses resíduos, que são novamente transformados em plástico virgem.
“A enzima conseguiu fragmentar o pet em seus monômeros originais e isso é como conseguir fazer um plástico do zero sem precisar de recursos adicionais derivados do petróleo”, explica Hal Alper, professor de Engenharia Química e autor do artigo em entrevista à VICE.
Alper destaca também as vantagens que o processo criado por sua equipe tem sobre a reciclagem tradicional.
“Se você derreter o plástico e depois remodelá-lo, ele perde parte de suas propriedades a cada rodada de reciclagem. Mas quando você consegue despolimerizar e depois repolimerizar quimicamente, é possível produzir PET virgem infinitas vezes”, afirma o professor.
Agora, o pessoal da Universidade do Texas parte para a segunda etapa da pesquisa: provar que sua invenção pode ser utilizada em escala industrial.
Em caso de sucesso, e as chances são muito boas, o novo método será fundamental para conter a poluição plástica, que demanda da ONU um tratado global.
Um estudo divulgado recentemente pela OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico) apontou que apenas 9% dos 353 milhões de toneladas de resíduos plásticos do mundo foram reciclados em 2019.
No último mês de março, representantes de 175 nações, reunidas na Assembleia da ONU para o Meio Ambiente, concordaram em começar a escrever um tratado global para tentar conter a poluição por resíduos plásticos.
Texto produzido em 5/5/2022
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