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Responsável por causar uma reação em cadeia, o hábito é primeiro uma escolha para depois se tornar uma ação padrão, repetitiva e inconsciente. Um estudo da Universidade Duke, dos Estados Unidos, detectou que mais de 40% das nossas ações diárias não são decisões reais tomadas no momento da execução, e sim hábitos, demonstrando que, embora pareçam ter pouco impacto no dia a dia, ao longo do tempo desempenham grande influência na rotina.
A cidade de São Paulo, que abriga, de acordo com o IBGE, mais de 12 milhões de habitantes gera cerca de 20 mil toneladas de lixo diariamente, entre resíduos domiciliares, resíduos de saúde, restos de feiras livres, podas de árvores, entulho, entre outros. Enquanto 40% desses resíduos gerados poderiam ser reaproveitados, apenas 7% seguem para a reciclagem. E se pensarmos que o seu hábito em relação ao lixo produzido diariamente pode mudar esse cenário?
Repensar, reutilizar, recusar, reduzir e reciclar o lixo, os cinco Rs da sustentabilidade, são considerados os pilares para diminuição do lixo destinado de maneira incorreta e, quando aplicados na rotina, se transformam em hábitos sustentáveis que podem mudar o percurso do lixo na cidade, gerando empregos e preservando o meio ambiente.
Se você já aplica esses pilares em sua rotina, busque oportunidades de ensinar ou dar dicas ao seu vizinho, amigo, parente ou ambiente de trabalho. O seu hábito pode mudar não só o seu estilo de vida, mas também influenciar pessoas. E se você ainda não sabe como aplicar esse método no seu dia a dia, acompanhe algumas dicas abaixo.
Refletir sobre os hábitos e sobre o tempo de vida dos produtos auxilia no momento do consumo. Que tal substituir o suco de caixinha industrializado pelo natural? Isso evita o descarte da caixa do produto e ainda proporciona uma bebida cheia de nutrientes. Outra maneira é dar atenção à quantidade de latas de refrigerante ou copos plásticos que são utilizadas no cotidiano e buscar consumir em copos de vidro, louça ou reutilizáveis.
“Eu costumo evitar alimentos que tenham embalagens e costumo ter marmitas dentro da bolsa, assim evito comprar industrializados. Essa mudança de atitude me ajuda a produzir menos lixo”, conta a designer Letícia Cerqueira, moradora do Campo Limpo, na zona sul da capital.
Avalie se tudo o que você consome precisa realmente ser descartado. Uma garrafa de vidro pode ser reutilizada como um vaso de flores. Um pote de sorvete pode armazenar comidas a granel, por exemplo. “Eu costumo ter potes grandes de açaí em casa para servir como lixeira, tanto para reciclável como orgânico. Quando eles ficam cheios, levo o orgânico para a composteira do bairro e o reciclável para o ecoponto”, conta a psicoterapeuta Simone Fassbender, moradora da Vila Madalena, na zona oeste da cidade.
Diga não aos produtos que são considerados os vilões do meio ambiente: sacolas plásticas, copos, talheres e pratos descartáveis e canudos de plástico. Recusar esses produtos contribui para uma cidade mais limpa e para diminuição da geração de lixo que levam centenas de ano para se decompor. No lugar das sacolas plásticas distribuídas nos supermercados, por exemplo, utilize caixas de papelão – que podem ser recicladas – ou ecobags, que são reutilizadas inúmeras vezes.
Utilize a tecnologia como uma aliada na redução do lixo. Em casa ou no escritório, troque o consumo dos jornais impressos, por exemplo, pelas versões digitais. Os papéis de impressoras e de arquivos podem ser digitalizados e as informações armazenadas na nuvem, facilitando o acesso via internet de qualquer lugar, além de ajudar a diminuir as inúmeras pilhas de papéis. O mesmo vale para as reuniões, leve o notebook ou um iPad como opção de consulta.
A melhor alternativa para o que não puder ser reutilizado é sempre a reciclagem. No descarte do óleo de cozinha, por exemplo, o cuidado tem que ser redobrado. O líquido deve ser armazenado em uma garrafa Pet ou em um recipiente de vidro e descartado em um ponto de coleta próximo de sua residência.
Muitas empresas de reciclagem de óleo utilizam esse resíduo para a produção de sabão e biodiesel. “Além de poluir as águas, o acúmulo de óleo nas tubulações de esgoto cria crostas espessas, como pedras, que dificultam a passagem do esgoto e causam entupimento nas tubulações”, diz Abiatar Oliveira, gerente de água e esgoto da Sabesp da zona Sul.
Outra prática simples e eficiente é adquirir duas lixeiras em casa para separar o lixo em dois: lixo comum e reciclável. No comum, considere todo material úmido como cascas de ovos, lixo do banheiro, guardanapos sujos, bitucas de cigarro, folhas secas e esponjas de limpeza, entre outros. Aqui, vale pontuar que o lixo comum pode ser reciclado por meio da compostagem, gerando adubo para plantações. Mas, atenção: nesse processo, só entram alguns tipos de restos de alimentos como cascas de ovos, frutas e legumes, pó de café e folhas secas. Entenda mais aqui sobre esse processo.
Já no lixo reciclável descarte embalagens que possam seguir para o processo de reciclagem: garrafas pet, latas de refrigerante, potes de sorvete e embalagem tetra pak, por exemplo. Não se esqueça de limpar as embalagens antes de descartá-las para evitar que o material seja molhado, tenha odores ou contribua para o aparecimento de ratos e vetores.
Lembre-se se colocar sempre o lixo para fora de casa no dia e horário em que os caminhões da coleta seletiva e domiciliar passam nas ruas. Os sacos devem ser deixados com no máximo duas horas de antecedência para evitar que sejam rasgados ou levados pela chuva entupindo bueiros, córregos e rios, causando alagamentos na cidade e transmitindo doenças.
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