31 de Maio de 2024,18h00
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As enchentes no Rio Grande do Sul deixaram marcas profundas não apenas na paisagem, mas também na infraestrutura de gestão de resíduos do estado.
Estima-se que cerca de 47 milhões de toneladas de lixo irão emergir quando as águas baixarem, com cerca de cinco milhões de toneladas de móveis e 19 milhões de toneladas de escombros dos edifícios que acabaram destruídos.
A verdade é que a dimensão do desastre trouxe à tona uma série de desafios para o sistema gaúcho de gerenciamento de resíduos.
As operações de limpeza, por exemplo, enfrentam dificuldades imensas, desde a logística para organizar a coleta, até a separação e disposição final adequada dos materiais orgânicos e recicláveis.
Neste contexto, a tragédia evidencia também a necessidade de políticas públicas mais robustas em relação ao planejamento urbano e a gestão ambiental.
Ou seja, a nova realidade dos eventos extremos, intensificados pelas mudanças climáticas, exige uma revisão nas estratégias de desenvolvimento e na preparação para possíveis desastres.
E as iniciativas de apoio ao setor não se limitam apenas à reestruturação dos sistemas de coleta e tratamento de resíduos, mas precisam incluir assistência aos profissionais da reciclagem, duramente impactados pela tragédia.
Para se ter uma ideia, de acordo com informações do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR), cerca de 2,5 mil profissionais perderam o emprego.
Destes, 1,5 mil são trabalhadores autônomos e moradores das ilhas do Guaíba e da zona norte da capital gaúcha e cerca de mil são cooperativados, que atuam em unidades de reciclagem. Para piorar, 19 cooperativas de reciclagem foram inundadas.
“Seis delas em Porto Alegre, cinco em Canoas, outras cinco em São Leopoldo, mais uma em Guaíba e outra em Novo Hamburgo”, informa Alexandro Cardoso, coordenador do MNCR.
Ainda segundo o MNCR, a renda média dos catadores gaúchos de lixo reciclável gira em torno de R$ 800.
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