12 de Janeiro de 2023,15h00
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Depois de um grande amigo perder a perna em um acidente e ter dificuldades financeiras para comprar uma prótese, a engenheira moçambicana Marta Vânia Uetela teve uma ideia.
Diplomada em Liderança e Empreendedorismo pela Iniciativa Jovens Líderes Africanos pela Yali, ela começou a desenvolver uma empresa de próteses chamada BioMec.
O objetivo era fabricar próteses a preços populares e acessíveis. Foi então que percebeu que para diminuir os custos de produção, seria fundamental comprar matérias-primas mais baratas que as convencionais.
Ao mesmo tempo, Marta se lembrou que boa parte do material que ela precisava, no caso o plástico, é também o material mais encontrado nas praias do litoral do seu país.
Moçambique tem quase 2,5 mil quilômetros de costa e assim como no mundo todo, o lixo plástico é predominante na região.
Então Marta se perguntou: e se eu usasse esses resíduos plásticos na fabricação das próteses?
Com base na capacitação que recebeu na Yali, a engenheira identificou e recrutou parceiros para seu empreendimento, incluindo uma empresa privada apoiada pelo governo local, especializada em coletar e reciclar o lixo oceânico.
Os esforços ainda incluíram uma parceria com a Embaixada do Reino Unido e a Embaixada da Irlanda, que forneceram suporte técnico para a linha de produção.
Depois de alguns estudos, Marta conseguiu desenvolver em 2020 um protótipo e passou os seis meses seguintes atrás de financiamento para a pesquisa.
A primeira prótese da BioMec, claro, foi para seu amigo Ivan e com apoio de impressoras 3D, ela conseguiu reduzir o custo das armações em centenas de dólares.
De quebra, Vânia ainda inovou e os clientes podem colaborar na aparência final dos membros artificiais.
Agora, a jovem empreendedora está focada em um projeto piloto com mais de 700 clientes de Moçambique e Angola e espera expandir os negócios para atender o maior número de pessoas possível.
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