18 de Maio de 2021,15h00
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Apenas 20 empresas são responsáveis pela produção de mais da metade de todos os itens plásticos de uso único descartados globalmente. Essa é a conclusão de uma pesquisa realizada por um consórcio capitaneado pela Fundação Minderoo da Austrália, com apoio da London School of Economics, que detectou quais as organizações lideram a cadeia da produção em polímeros no mundo.
O estudo analisou cerca de mil indústrias que produzem as matérias-primas necessárias para a fabricação deste tipo de embalagem e citou 20 empresas petroquímicas, fonte de 55% dos resíduos. A lista inclui nomes como ExxonMobil, Dow e Sinopec.
De acordo com o ONU, metade do plástico consumido atualmente é considerado de uso único e seu problema ambiental está relacionado ao curto período de uso, ao longo tempo de degradação no meio ambiente e, sobretudo, ao descarte e destinação inadequados.
Garrafas de plástico, embalagens de frutas e alimentos em geral, além das sacolas de supermercado, estão entre os bilhões de itens que são usados uma única vez e depois jogados fora, muitas vezes indo parar nos oceanos.
De acordo com o diretor financeiro e de transparência da Minderoo, Dominic Charles, a pesquisa destaca como o futuro da crise dos resíduos plásticos está nas mãos de apenas 20 empresas.
"É um dado extraordinário que pode influenciar as agências reguladoras a pressionar essas empresas para que deixem de lado os combustíveis fósseis e passem a buscar processos ambientalmente responsáveis", diz Dominic.
O executivo acrescenta que até agora boa parte dos esforços para reduzir a poluição por plástico passa à margem do mercado e está concentrada nas escolhas individuais dos consumidores. “Precisamos ir atrás das principais fontes de plástico de uso único e fechar essa torneira. É preciso criar plásticos a partir de material reciclado”, afirma.
Já o professor Sam Fankhauser, especialista em economia e mudanças climáticas na Universidade de Oxford e na London School of Economics, diz que a única saída para esse tipo de crise é a adoção de alternativas de economia circular pelas grandes empresas petroquímicas.
"Os benefícios oferecidos serão transformadores e extremamente benéficos, não apenas para o meio ambiente e para os ecossistemas, mas também para as comunidades que vivem e sofrem cotidianamente com a poluição do plástico”, opina Sam.
O relatório conclui que a produção de plástico deve se expandir em 30% nos próximos cinco anos, aumentando as emissões de carbono e criando resíduos de diferentes tipos.
O seu papel é fundamental para a redução do uso do plástico ou para seu reaproveitamento. Uma primeira dica é verificar se a produção do que você anda usando em casa é feita com plástico reciclável. Para isso, basta procurar o símbolo da reciclagem nas embalagens.
São aquelas setinhas que apontam uma para outra em formato triangular. A segunda dica é separar o lixo em dois: comum e reciclável.
Assim, você garante que os resíduos plásticos sejam encaminhados para uma Central Mecanizada de Triagem ou para uma cooperativa de catadores de lixo reciclável.
Texto produzido em 18/05/2021
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