11 de Marco de 2019,14h30
Veja outros artigos relacionados a seguir
Em São Paulo, o período que vai de outubro a março é tradicionalmente conhecido como uma época de muita chuva. E se, por um lado, esses meses são encarados de maneira positiva - já que normalmente as represas enchem de água e garantem o abastecimento - por outro, a população se assusta com a possibilidade das enchentes.
O que muita gente ainda não sabe é que os alagamentos na cidade começam, na verdade, na esquina de casa. O lixo que se joga na rua entope as bocas de lobo, mais conhecidas como bueiros, aquelas grades perto da guia da calçada. A água da chuva não tem espaço para transitar e as tubulações ficam entupidas de resíduos, transbordam e causam alagamentos.
O lixo também é encontrado nos chamados poços de visita, tampas metálicas redondas que guardam as tubulações para receber a chuva. Os responsáveis pelo bom funcionamento de todo esse sistema embaixo da terra são os funcionários das 32 subprefeituras da cidade de São Paulo.
A Subprefeitura da Sé, por exemplo, a maior em número de distritos, alerta que a equipe de manutenção faz em torno de 3.500 limpezas por mês para prevenir o acúmulo de água na rua.
“O sistema de drenagem começa na boca de lobo, passa pelos poços de visita, vai para as tubulações e finaliza no rio. Então, a limpeza do rio começa nas ruas”, diz o subprefeito da Sé, Eduardo Odloak.
O que comprova grande quantidade de lixo que ainda se joga na rua é a frequência com que funcionários da Prefeitura fazem a desobstrução. O processo é diário. São encontrados plásticos, sacolas, garrafas, embalagens de leite, pequenos lixos e outros materiais. A região da Sé é composta por 45 mil bocas de lobo e são retiradas em torno de 82 toneladas de lixo, mensalmente.
Nos bueiros deveriam ser encontrados apenas materiais naturais, como folhas, raízes e terra. E se a população destinasse corretamente o lixo e não jogasse nas ruas, o trabalho de limpeza em poços de visita poderia diminuir em 35%.
Colocar o saco de lixo nas ruas fora do horário da coleta também amplia o problema. Na medida em que os sacos de lixo ficam expostos, qualquer animal pode espalhar o lixo, que vai parar diretamente nas bocas de lobo, caso chova. A prática também atrai roedores e baratas, transmissores de doenças. Por isso, ficar atento ao horário em que o caminhão de lixo passa na porta de sua casa é fundamental para auxiliar no processo de limpeza da cidade. Se o lixo fica na rua por mais de uma semana, com água empossada, acaba gerando outros problemas, pois vira um criadouro para o mosquito que transmite o vírus da dengue. Colaborar com o meio ambiente e com a limpeza da cidade é fácil. Faça sua parte!
Texto produzido em 20/10/2018
Cooperativas relatam dificuldade em vender material e pontos de coleta foram desativados
Certificação coroa engajamento ambiental de alunos e professores da escola da zona leste
Prática afeta diretamente os catadores, cujas condições de trabalho se deterioram
Inserção permitirá que organizações do setor operem com menos burocracia