24 de Agosto de 2021,12h00
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A indústria da moda é a segunda mais poluidora do mundo, responsável por 10% das emissões de carbono, de acordo com dados da Forbes de 2015.
Aproximadamente 70 milhões de barris de petróleo são utilizados a cada ano para produzir poliéster, a fibra atualmente mais usada na fabricação de roupas, que demora cerca de 200 anos para se decompor no meio ambiente.
Como uma alternativa sustentável, a HOLYFANCY desenvolveu mochilas com um design inovador e que, ao mesmo tempo, são ecologicamente responsáveis e utilizam práticas equilibradas para a produção em larga escala.
A marca foi pensada por dois designers, o carioca Jeff Araujo e a suíça La Chanh Nguyen. Em 2015, eles decidiram mergulhar na criação da mochila ideal, com foco em um design multifuncional e inovação sustentável.
"As mochilas HOLYFANCY nasceram como um conceito do studio de design de produto dos nossos fundadores. Desenvolver uma mochila confortável, anti-furto, ergonômica e modular para o dia-a-dia era um desejo unânime da equipe de criação e logo enxergamos que não éramos os únicos", explica Lucas Ramon, sócio da empresa.
Foram cerca de 18 meses para o desenvolvimento do primeiro protótipo até chegar ao resultado ideal, conta Lucas. “O trabalho de pesquisa incluiu a leitura muitos livros e artigos sobre ergonomia, muito estudo de design de produto, inúmeros testes com materiais inusitados e, sobretudo, muita inovação em usabilidade e sustentabilidade”, revela.
O protótipo final foi uma mochila com compartimentos modulares, ergonomia de colete cervical, bolsos anti-furto e feita com materiais sustentáveis. Em novembro de 2016, aconteceu o lançamento global do produto por meio de uma campanha na plataforma de crowdfunding Kickstarter. E no primeiro mês, foram mais de 1200 produtos vendidos para mais de 15 países.
A produção é totalmente realizada no Brasil, porém a HOLYFANCY também conta com um escritório e um centro de distribuição na Suíça para as entregas realizadas no continente europeu.
"Viajamos durante seis meses por diversos países para experimentar produtos, materiais e visitar produções. Chegamos a conclusão de que o Brasil era a fonte mais rica de materiais sustentáveis, por isso tudo nosso é produzido e confeccionado em território brasileiro", relata Ramon.
O principal tecido da marca é produzido de uma mistura feita de fibras de garrafas PETs e algodão. O plástico das embalagens é triturado e derretido para ser transformado em fios. Estes fios, originados do processo, podem ser tramados ou tricotados da mesma forma que um fio convencional.
Já o algodão é obtido a partir de retalhos de grandes fábricas, que são triturados para virar fios novamente. Cada metro do tecido recicla oito garrafas plásticas e 500 gramas de retalhos de algodão.
Outros materiais utilizados são: câmara de pneu, lonas de caminhão, velas de barcos e um biotecido, que é uma alternativa similar ao couro bovino.
Segundo a empresa, já foram recicladas pelos menos 225 mil garrafas PET, 13 mil metros de câmaras de pneu e mais de 12 mil quilos de retalhos de algodão.
O negócio recente já é sucesso. Apenas no ano passado, a HOLYFANCY faturou R$ 1,2 milhão. O objetivo é faturar R$ 2,7 milhões neste ano.
"Já viramos referência em inovação, tanto no Brasil quanto internacionalmente. Encontramos plágios de nossos produtos e branding em vários países mas não nos incomoda, pelo contrário, são as provas reais do poder de aceitação e desejo que a marca criou mesmo tendo nascido há apenas cinco anos", comenta Lucas.
A empresa espera despertar a mentalidade do consumo consciente em cada indivíduo e provar que as escolhas pessoais têm poder para equalizar um desequilíbrio causado pelas últimas gerações. Além de respeitar os ciclos do meio ambiente e valorizar cada pessoa envolvida nos produtos e serviços que consumimos.
Texto produzido em 24/8/2021
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