29 de Outubro de 2025,10h00
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A maior investigação sobre microplásticos já realizada no Brasil revelou que 69% das praias do país estão contaminadas por partículas desse tipo de resíduo.
O levantamento, batizado de MicroMar, analisou 1.024 praias ao longo de 7.500 quilômetros da costa brasileira, encontrando microplásticos em 709 pontos, um retrato alarmante da poluição marinha no país.
Coordenado por 50 pesquisadores e realizado em nove expedições científicas, o estudo coletou mais de 4.100 amostras de areia e sedimentos.
As partículas identificadas variam entre 300 micrômetros e 5 milímetros, tamanhos que podem ser maiores que dois fios de cabelo e menores que a borracha de um lápis.
Os materiais mais comuns foram polietileno, polipropileno e isopor, todos derivados do plástico descartável usado em embalagens, copos e utensílios.
Os cientistas optaram por estudar apenas praias acessíveis por terra, o que explica as lacunas nos estados do Amapá, Pará e Maranhão, onde o acesso terrestre é limitado.
Mesmo assim, a análise cobre a quase totalidade da costa nacional, revelando um cenário inédito da contaminação por microplásticos no ambiente costeiro brasileiro.
De acordo com os pesquisadores, os microplásticos funcionam hoje como um novo marcador ambiental, capaz de indicar a intensidade da poluição e seus impactos nos ecossistemas.
A equipe defende que os resultados sirvam como base científica para políticas públicas de redução de resíduos e proteção costeira.
O estudo reforça a urgência de ações coordenadas de gestão de resíduos, incluindo a redução do consumo de plástico descartável, o incentivo à reciclagem e o fortalecimento de leis ambientais voltadas ao litoral.
Segundo os especialistas, sem medidas concretas, a contaminação tende a crescer, ameaçando a biodiversidade e a saúde humana.
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