05 de Julho de 2019,12h00
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Uma universitária descendo as escadas do seu baile de formatura de vestido longo, salto alto, maquiada, e carregada de latinhas de alumínio. A cena incomum ganhou a atenção dos presentes e de internautas de todo Brasil. Luciene Gonçalves Cordeiro conseguiu pagar os quatro anos do seu curso de Serviço Social em uma faculdade particular de Souza, no sertão da Paraíba, com o dinheiro arrecadado na venda de recicláveis.
Dez anos depois de concluir o ensino médio, a jovem conseguiu retomar os estudos e realizar seu sonho da graduação. “Eu tinha que ser alguém na vida, não ser só sucateira, mas ter um curso superior pra dar exemplo para as minhas filhas”, contou em entrevista ao G1. Além de exemplo de vida e inspiração para as meninas, Luciele carrega o orgulho da profissão herdada do avô e de seu marido. Ela conta que o avô tinha um depósito de reciclagem e foi no negócio que a família encontrou sustento. "Não tenho vergonha, pois foi com o dinheiro da reciclagem que sustentei minha família", afirma.
Luciene e o marido entraram na faculdade juntos e terminaram a graduação ao mesmo tempo, mas apenas ela teve festa de formatura. O marido abriu mão da comemoração para que a festa da esposa pudesse ser realizada. Segundo ela, veio daí a ideia de utilizar as latinhas na roupa de formatura. "Eu não fiz isso para aparecer. Eu quis homenageá-lo e confesso que estou um pouco surpresa com a repercussão que está tendo”, disse.
O maior desafio da assistente social foi conciliar família, estudos e seu trabalho como catadora de sucata. Mas, com persistência, esforço e apoio de amigos e familiares, a jovem chegou ao final da faculdade. “Conseguir essa formatura é algo inexplicável, ninguém acreditou, mas foi a reciclagem que me fez chegar até aqui e ainda vou muito mais longe. Passei por muitas dificuldades. Uma delas foi no fim do curso, quando meu pai precisou fazer hemodiálise, problemas em casa, no comercio, no entanto, eu continuei firme e venci”, afirma em entrevista para o Diário do Sertão.
Fontes: Razões para acreditar, G1 e Diário do Sertão
Texto produzido em 11/01/2019
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