20 de Agosto de 2025,10h00
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A quinta rodada de negociações da ONU em Genebra, Suíça, reuniu mais de mil delegados de 184 países e terminou sem consenso sobre o primeiro Tratado Mundial contra a Poluição Plástica.
A pressão foi intensa: 234 lobistas do setor petroquímico marcaram presença, a maior delegação do evento, e conseguiram enfraquecer pontos centrais do acordo.
Entre os temas mais sensíveis estava a limitação da fabricação de plásticos virgens e de uso único, medida considerada fundamental para enfrentar a crise global de poluição.
No entanto, países produtores de petróleo e os Estados Unidos vetaram qualquer menção a metas obrigatórias de redução e redirecionaram o debate apenas para soluções no descarte e na reciclagem.
Em debate desde 2022, o tratado busca erradicar a poluição plástica em todas as etapas do ciclo, da produção ao descarte.
Entre os principais objetivos estão: proteger a saúde humana e os ecossistemas, fortalecer a economia circular, apoiar países em desenvolvimento na implementação de políticas públicas, melhorar a coleta e reciclagem, e investir em alternativas sustentáveis de produção e consumo.
Apesar do impasse, especialistas e ambientalistas destacam que o processo ainda não está perdido.
“Claro que não podemos esconder que é trágico e profundamente decepcionante ver alguns países tentando bloquear o acordo. Afinal, esse é um dos maiores problemas de poluição que temos na Terra. Continuaremos trabalhando até termos um tratado que nos ajude a resolver o problema”, prometeu Magnus Heunicke, ministro dinamarquês do Meio Ambiente.
Com bilhões de toneladas de plástico descartadas no planeta todos os anos, o fracasso em avançar representa um atraso perigoso.
Ainda assim, a mobilização global e a pressão da sociedade civil mantêm vivo o objetivo de frear a poluição que ameaça oceanos, comunidades e o futuro do planeta.
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