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No Dia do Gari, profissionais da limpeza são homenageados em SP

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Garis e coletores homenageados pelo prefeito Bruno Covas, no Dia do Gari. Foto: Divulgação Amlurb

Diariamente, uma multidão silenciosa de mais de 10 mil garis vai às ruas, avenidas e praças da capital paulista para limpar a cidade. Muitas vezes, esses trabalhadores sentem-se esquecidos pela população, como se já fizessem parte da paisagem urbana. Mas no calendário eles não passam despercebidos e contam com uma data só para eles: dia 16 de maio.

O gari Cleber Gonçalves dos Santos, 32 anos, costuma acordar diariamente às 5h30 para dar conta de sua rotina. Porém, hoje o profissional teve uma manhã diferente. Ele e outros colegas da limpeza foram até a sede da Prefeitura de São Paulo para serem homenageados.

Quando veste o uniforme verde, Cleber admite que sente-se invisível nas ruas, parece que a população não o vê. Apesar disso, ele se diz orgulhoso por ter condições de contribuir com a qualidade de vida dos munícipes. “Percebo que nossa profissão não é notada pela população, mas sou muito feliz por ser gari, pois essa função salvou minha vida”, conta.

Muita gente não sabe, mas Cleber foi dependente químico durante 14 anos. Um dia, ele decidiu que não queria mais aquela vida, deu a volta por cima e encontrou na profissão de gari uma oportunidade para seguir em frente. Ele está no ramo há um ano e admite que está gostando muito do trabalho. “Quer ver uma praça limpa? É só me chamar”, fala.

Ele atua na região de Santo Amaro, zona sul da cidade, e explica que não faz apenas varrição, mas também tira entulhos que são largados indevidamente e pinta guias de calçadas. Hoje, Cleber serve de exemplo de superação para a família formada pelos sete irmãos, os 13 sobrinhos e a mãe.

Com o salário, ele ajuda em casa e paga a faculdade que sempre sonhou em fazer: psicologia. “Hoje ajudo na qualidade de vida da população com a limpeza urbana e quando for psicólogo quero levar a limpeza mental para os meus pacientes. É muita gente que sofre na invisibilidade e como eu trabalho na rua eu vejo muitas pessoas que precisam de ajuda”.

A gari Samara Corsi Vieira, 27 anos, também está conseguindo pagar a faculdade de Recursos Humanos com o salário da função que exerce há seis anos. A trabalhadora, que atua na região do M’Boi Mirim, zona Sul, disse que varre aproximadamente oito quilômetros de logradouros diariamente e explica que a rotina não é fácil. Ela conta que quando está limpando vê muito descaso das pessoas com o varredor.

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Garis homenageados Cleber dos Santos e Samara Vieira. Foto: Atelier de imagem

Monty Dahan, diretor de planejamento e desenvolvimento na Amlurb (Autoridade Municipal de Limpeza Urbana), também esteve no evento e destacou que o resgate da dignidade dos trabalhadores da limpeza é uma prioridade para o órgão.

Maria José dos Santos, 33 anos, sempre viu o marido, Genival Nascimento, 39 anos, acordar cedo e partir para o trabalho como motorista do caminhão de lixo da Ecourbis, uma das concessionárias de coleta seletiva da capital. Influenciada pelo parceiro, a ex-camareira enviou o currículo para a empresa e há seis anos atua como coletora de materiais recicláveis na região da Vila Mariana, zona centro-sul da cidade.

Com dois filhos, ela conta que um deles já tem o desejo de seguir a profissão dos pais.

“Eu amo o meu trabalho. Falo tanto sobre coleta seletiva em casa que meu filho mais velho quer acompanhar a gente”, conta.

O gosto pela função faz com que ela estenda o turno, orientando as pessoas sobre reciclagem no seu dia a dia. “É normal os moradores da Vila Mariana me pararem na rua para que eu explique sobre como fazer a separação lixo”, diz. Ela explica ainda sobre a importância de armazenar de maneira correta e de colocar o saco na rua no horário certo de coleta do caminhão. “Algumas pessoas nem deixam mais do lado de fora. Já sabem a hora que passamos e entregam os resíduos em nossas mãos”, conta orgulhosa.

A dedicação de Maria lhe conferiu uma homenagem durante o evento. O prefeito Bruno Covas deu uma medalha à funcionária, simbolizando a gratidão da cidade pelo trabalho desses profissionais. “Não poderia deixar passar em branco esse dia. Diariamente, 14 mil pessoas cuidam da cidade. Profissionais que de forma anônima e muitas vezes sem serem percebidos pelos 12 milhões de paulistanos contribuem para um município cada vez melhor”, disse o prefeito.

 

Texto produzido em 16/05/2019


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