26 de Maio de 2021,18h00
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Existe um material feito pelo homem que você pode encontrar na terra, no ar e em todos os mares do planeta. É tão durável que a maior parte do que foi criado ainda está presente em nosso ecossistema. Tendo entrado na cadeia alimentar, ele permeia nossos corpos, fluindo do nosso sangue para os nossos órgãos.
Sim, falamos do plástico, e essa durabilidade é o que torna o material tão útil. Cabos que se estendem pelo fundo do oceano, tubos de água sob o solo e embalagens que mantêm os alimentos frescos, tudo depende dessa propriedade.
A reciclagem eficiente do plástico pelos meios convencionais atuais ainda é difícil e apenas 9% de todo esse material já produzido na história da humanidade foi reciclado. Mas e se houvesse uma maneira de transformar o plástico de volta no material que foi feito?
Bom, esse é considerado o grande desafio dos pesquisadores do século XXI para a química de polímeros: aprender a desfazer o processo e transformar o plástico novamente em óleo. E é preciso vencer esse desafio sem gerar ainda mais problemas ambientais nos processos de reciclagem. Polímeros são macromoléculas resultantes da união de muitas unidades de moléculas pequenas (monômeros). É a base para a produção dos diferentes tipos de plástico.
Este novo processo, conhecido como reciclagem química, vem sendo explorado por diferentes centros de pesquisa como uma alternativa viável à reciclagem convencional. Até agora, o obstáculo é a grande quantidade de energia necessária. Isso, combinado com o preço volátil do petróleo bruto, às vezes torna mais barato produzir novos produtos e embalagens do que reciclar o plástico existente.
Todos os anos, mais de 380 milhões de toneladas de plástico são produzidas no mundo. Isso é quase o mesmo que 2,7 milhões baleias azuis ou mais de 100 vezes o peso de toda a população de baleias azuis. Apenas 16% dos resíduos plásticos são reciclados para fazer novos plásticos, enquanto 40% são enviados para aterros sanitários, 25% para incineração. O resto é descartado na natureza.
Como vimos acima, infelizmente, grande parte do plástico que poderia ser reciclado, como o tereftalato de polietileno, usado em garrafas pet e outras embalagens, ainda vai parar em aterros sanitários e no meio ambiente. Muitas vezes, isso se deve à confusão e à falta de informação sobre o que pode ou não ser reciclado e à contaminação das embalagens com restos de alimentos e de resíduos.
Outros plásticos - como sacos de salada e outros recipientes de comida - vão para o aterro porque são feitos de uma combinação de diferentes plásticos que não podem ser facilmente separados em uma usina de reciclagem. O lixo jogado na rua e os plásticos leves deixados em aterros sanitários ou despejados ilegalmente podem ser carregados pelo vento ou arrastados pela chuva e uma parte acaba nos rios, mares e florestas.
A reciclagem química é uma tentativa para resolver essa grave questão, sobretudo, reciclar o que ainda não é reciclável. Em vez de um sistema onde alguns plásticos são rejeitados porque são da cor errada ou feitos de compostos, ela busca desenvolver processos para um sistema de reciclagem "infinito", que transforma os plásticos de volta em óleo, para que possam ser transformados em plásticos novamente.
A forma como o plástico é reciclado atualmente é mais uma espiral descendente do que um loop infinito. Os plásticos são geralmente reciclados mecanicamente: eles são separados, limpos, triturados, derretidos e remodelados. Cada vez que o plástico é reciclado dessa forma, sua qualidade diminui. Quando o plástico é derretido, as cadeias poliméricas são parcialmente quebradas. Isso diminui sua resistência à tração e viscosidade, tornando-o mais difícil de processar.
O plástico reciclado, além de qualidade inferior, frequentemente, se torna inadequado para uso em embalagens de alimentos. A maioria dos plásticos pode ser reciclado um número muito limitado de vezes antes de se degradar a ponto de se tornar inutilizável.
Portanto, a indústria emergente de reciclagem química busca desenvolver métodos para resolver esse problema. E faz isso fragmentando o plástico em seus blocos de construção químicos, que podem então ser usados tanto ​​como combustíveis ou para fabricar novos produtos plásticos.
Mesmo com a capacidade de desfazer todos os tipos de plástico para que possam ser reutilizados novamente, é improvável que todos os problemas com a poluição do plástico desapareçam. Portanto, reduzir ou até mesmo abolir o uso de plástico das nossas vidas é fundamental para garantir a sustentabilidade ambiental e o futuro das próximas gerações.
O seu papel é fundamental para a redução do uso do plástico ou para seu reaproveitamento. Uma primeira dica é verificar se a produção do que você anda usando em casa é feita com plástico reciclável.
Para isso, basta procurar o símbolo da reciclagem nas embalagens. São aquelas setinhas que apontam uma para outra em formato triangular. A segunda dica é separar o lixo em dois: comum e reciclável.
Assim, você garante que os resíduos plásticos sejam encaminhados para uma Central Mecanizada de Triagem ou para uma cooperativa de catadores de lixo reciclável.
- Tenha duas lixeiras em casa para separar o lixo comum do reciclável, isso facilita o processo.
- Higienize suas embalagens antes de descartá-las para a coleta, o importante é utilizar água de reuso ou guardanapos sujos no procedimento.
- Fique atento aos dias e horários que o caminhão da coleta seletiva passa na sua residência, não misture os sacos do comum com os recicláveis.
- Coloque o lixo para coleta com poucas horas de antecedência, assim, ele não corre o risco de ser levado pela chuva, entupindo bueiros e causando enchentes.
Texto produzido em 26/05/2021
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