23 de Abril de 2024,14h00
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A quarta e penúltima rodada de negociações do Tratado Global Contra a Poluição Plástica começa nesta terça-feira (23) e termina na próxima segunda-feira (29) no Canadá.
Mais de 70 organizações da sociedade civil, incluindo o Recicla Sampa, e da comunidade científica, se uniram em um Manifesto demandando que o governo brasileiro assuma uma posição ambiciosa na construção do acordo.
E este é um pedido que reflete a opinião pública. Uma recente pesquisa encomendada pela WWF indicou que 85% das pessoas querem a proibição de plásticos descartáveis, como sacolas de compras, talheres, copos e pratos plásticos de uso único.
Em resumo, a população quer uma legislação global mais rígida que obrigue os fabricantes a diminuírem a produção de plásticos considerados desnecessários.
De acordo com a ONG Oceana, que capitaneia a mobilização, as demandas do Manifesto incluem: a redução na produção e comercialização de plásticos descartáveis, a proibição da produção e do comércio de produtos contendo microplásticos, definições claras de reutilização, o não incentivo à incineração e à reciclagem química, além da implementação de metas para coleta seletiva e reciclagem segura do material.
Vale destacar que segundo a ONU, há chances reais do prazo inicial para o lançamento do documento ser cumprido. Ou seja, tudo indica que o acordo ainda sai até o fim deste ano.
A humanidade produz cerca de 460 milhões de toneladas de plástico por ano. Segundo o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, sem medidas urgentes, esse número deve triplicar até 2060.
Globalmente, 46% dos resíduos plásticos acabam nos aterros sanitários, 22% são mal descartados e vão parar no meio ambiente, 17% são incinerados e 15% são coletados para reciclagem, com menos de 9% realmente reciclados.
A poluição plástica marinha aumentou 10 vezes desde 1980 e já afeta pelo menos 267 espécies animais, incluindo 86% das tartarugas marinhas, 44% das aves marinhas e 43% dos mamíferos marinhos.
De acordo com um estudo do Pnuma, mais de 14 milhões de toneladas de plástico entram e danificam os ecossistemas aquáticos anualmente no mundo todo. Além disso, espera-se que as emissões de gases de efeito estufa associadas aos plásticos representem 15% do total de emissões permitidas até 2050 se a humanidade limitar o aquecimento global a 1,5°C.
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