03 de Marco de 2021,14h00
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A última segunda-feira marcou o vigésimo nono aniversário do que ficou mundialmente conhecido como Massacre de Ottawa. No campus da famosa Universidade Livre de Ottawa, em 1 março de 1992, onze catadores de lixo reciclável foram assassinados por traficantes de órgãos.
Em memória às vítimas e em resposta às degradantes condições de trabalho da categoria, foi então instituído o Dia Mundial dos Catadores e das Catadoras de Materiais Recicláveis. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), cerca de 15 milhões de pessoas vivem atualmente da reciclagem de lixo no mundo inteiro.
São trabalhadores fundamentais para o bom andamento das cidades, principalmente das grandes metrópoles, com suas milhares de toneladas de lixo geradas todos os dias. São também fundamentais no contexto da sustentabilidade, cumprindo um importante papel para a preservação do meio ambiente.
Mas apesar de tudo isso, infelizmente, o reconhecimento ainda é mínimo. Na maioria das vezes, são trabalhadores informais, em péssimas condições de trabalho, sem quase nenhuma proteção social. A OIT listou os principais problemas enfrentados pela categoria em um estudo recente, batizado de Cooperatives and the world of work nº 12.
A lista começa com o um ambiente de trabalho perigoso, geralmente com falta de segurança e saúde ocupacional, passa pelo baixo lucro e pela fraca posição frente aos intermediários, pela exclusão dos sistemas de gestão de resíduos nas cidades, e chega ao triste estigma social e à discriminação, em maior ou menor grau, dependendo do país do mundo.
“Políticas inclusivas de gestão de resíduos que integrem os catadores e as catadoras de material reciclável às cadeias formais de reciclagem podem contribuir para a promoção da reciclagem e da circulação de recursos, para a criação de trabalho decente, redução da pobreza e inclusão social”, resume o relatório da OIT.
Veja o artigo da ONU na íntegra.
Texto produzido em 03/03/2021
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