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O slogan é para impactar contra a utilização de plástico descartável e seu alto poder de destruição ambiental, assunto recorrente e preocupante em todo o mundo. Para se ter ideia, são jogados fora no planeta 1 bilhão de canudos plásticos por dia. O alarmante número vem sendo divulgado na campanha intitulada #paredechupar, movimento espontâneo realizado por pessoas preocupadas com o consumo exagerado, e a consequente produção de plásticos descartáveis, principalmente o canudinho.
Com frases como “eu chupo”, “eu não tenho cara de quem chupa, mas eu chupo”, “eu chupo desde os 10 anos”, a iniciativa se apoia em um vídeo recheado de celebridades e ativistas brasileiros (como o ator Sérgio Marone, as atrizes Paloma Bernardi, Sheron Menezes e Fernanda Paes Leme e a ativista Fernanda Cortez), sempre com o objetivo de sensibilizar e mobilizar a sociedade, a indústria e os governantes sobre o banimento e a substituição dos canudos plásticos descartáveis.
O vídeo é inspirado no movimento #stopsucking, da Lonely Whale Foundation, uma fundação sem fins lucrativos criada pela ativista Lucy Sunmer e pelo ator Adrian Grenier, que se preocupam em ressaltar a importância do cuidado com a vida marinha do planeta.
“O objetivo é chamar atenção para esses pequenos lixos (microlixos) que estão no nosso dia a dia, o tempo inteiro, e que são uma grande preocupação, pois apresentam uma reciclagem baixíssima. São descartados num volume absurdo e, na maioria das vezes, desnecessários, como um canudo descartável”, conta Fernanda Cortez, premiada neste ano como mulher mais influente de 2017 no segmento de sustentabilidade (Prêmio geração Glamour), uma das idealizadoras da iniciativa.
O formato, segundo a ativista, foi pensado para impactar de forma mais contundente a população. “Pare de Chupar é importante porque é um movimento de conscientização, que usa o humor, uma nova abordagem, pra falar de um problema tão grave.”
Uma campanha de estrema importância quando paramos para refletir o quanto esse simples utensílio tem um poder de poluição devastador, que atinge principalmente os rios e a fauna marinha. O canudo de plástico fica em média apenas cinco minutos na boca das pessoas, mas leva 450 anos para se decompor no meio ambiente, segundo informações do vídeo #paredechupar. A estimativa é que até 2050 haja mais plásticos do que peixes nos oceanos.
– 95% do lixo retirado das praias é plástico
– 90% das aves marinhas e quase metade dos animais que vivem no mar já ingeriram algum tipo de plástico
– Um em cada 3 tartarugas já ingeriram plástico. Elas não conseguem diferenciar o plástico da comida
Fonte: movimento #paredechupar
A falta de informação segue sendo argumento recorrente dos especialistas para justificarem a falta de comprometimento da sociedade em relação à questão ambiental. “Falta educação ambiental, uma política mais severa por parte do governo de cobrar a efetivação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), e campanha de educação como um todo. Além disso, as pessoas precisam entender o tamanho do problema e tomar consciência da responsabilidade de cada indivíduo neste processo de mudança. É um problema de todos”, aponta Fernanda Cortez, fundadora do movimento Menos 1 Lixo.
No Brasil, cidades como Rio de Janeiro e São Paulo já estão desenvolvendo projetos para contribuir com a causa. A partir de agora, os visitantes da Cidade Maravilhosa terão que arrumar um novo jeito de tomar água de coco nos quiosques das praias cariocas. Um projeto de lei aprovado pela Prefeitura do Rio de Janeiro passou a proibir a utilização de canudos de plástico em bares, restaurantes e quiosques do Rio de Janeiro.
O material terá que ser substituído por canudos de material biodegradável ou reciclável, sob pena de multa no valor de R$ 3 mil, com valor dobrado no caso de reincidência. com essa nova legislação, o Rio se tornou a primeira cidade brasileira a combater o uso de canudos de plástico.
Países mundo afora vêm estudando alternativas para redução do problema. Segundo a ONG Meu Rio, Índia, Bélgica, Noruega, Uruguai, Costa Rica e Panamá já aprovaram leis de combate ao uso do plástico. A França aprovou também recentemente a proibição da venda de talheres, copos e plásticos que não sejam de material biodegradável. A ONG Meu Rio também elaborou uma petição virtual, com 15 mil assinaturas, para tentar pressionar os vereadores a votarem a favor do projeto.
De acordo com a ONG, estima-se que os canudos representem 4% do lixo mundial, e em países como os Estados Unidos são usados meio bilhão de canudos por dia. Com essa quantidade, seria possível empilhar canudos a ponto de darmos duas voltas e meia no planeta em um período de 24 horas.
A Câmara Municipal de São Paulo também discute um projeto de lei que pretende proibir canudos de plástico em hotéis, restaurantes, bares, padarias, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais. A pena pode variar de R$ 1.000 a R$ 8.000, com a possibilidade de fechamento do local no caso de reincidência de notificações. O vereador Reginaldo Tripoli (PV), autor do projeto, considera que o Projeto de Lei está de acordo “com as cidades mais desenvolvidas do mundo no combate à poluição do meio ambiente”.
Recentemente, a Comissão Europeia propôs um conjunto de medidas para acabar com o uso de plásticos até 2023. Os países da União Europeia deverão monitorar e reduzir o lixo marinho. Serão investidos 350 milhões de euros (R$ 1,6 bilhão) para reciclagem e pesquisas para inovar a produção desses itens.
Uma coisa é fato: mudar os hábitos é simples e indispensável nos tempos atuais. Mesmo que seja de forma gradativa. Comece recusando o material nos estabelecimentos. Depois tente conversar com os donos para tentar banir o uso. Substitua o canudo de plástico por outros materiais como vidro, metal (alumínio ou aço inoxidável), palha, bambu e papel. Evitar o uso de canudos plásticos é mais simples do que parece.
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