13 de Marco de 2020,12h00
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Apesar de ser abundante no Brasil, a palha da cana-de-açúcar é mal aproveitada pela indústria sucroalcooleira, responsável por transformar a cana em álcool ou açúcar. O processo atual faz com que sua destinação mais comum seja a queima ou mesmo o descarte no campo. Com o propósito de reaproveitar esse elemento, pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT) estudam a utilização do subproduto para a produção de energia elétrica.
Segundo a instituição, o conteúdo energético do componente é satisfatoriamente similar ao bagaço da cana, se diferenciando apenas por uma questão: seu teor de cloro está entre 0,1% e 0,7%, quantidade maior do que os 0,02% do bagaço. O que isso significa? O teor elevado do item pode propiciar a formação de ácido clorídrico (HCl), levando a corrosão de tubulações de vapor utilizadas durante o processo de queima.
“Além disso, a combustão também pode gerar a emissão de poluentes atmosféricos como gases ácidos, dioxinas e furanos”, explica Ademar Hakuo Ushima, pesquisador do Laboratório de Engenharia Térmica do IPT em publicação no site da entidade.
Diante dessa descoberta, uma nova fase de estudos deve se iniciar. O Instituto elaborou dois equipamentos de escala laboratorial para realizar a avaliação do rendimento potencial e o nível de difusão dos químicos poluidores gerados ao longo dos processos de pirólise (transformação por meio de aquecimento de uma mistura ou composto orgânico em outras substâncias), gaseificação e combustão de rejeitos agrícolas.
Com essas ferramentas, e o controle dos mecanismos de elaboração de produtos clorados no reaproveitamento da palha de cana-de-açúcar, acredita-se que seja uma questão de tempo até os estudiosos encontrarem soluções ao impasse de deterioração intensa.
“O objetivo é dar suporte técnico ao setor sucroalcooleiro do estado e desenvolver novas tecnologias para o aproveitamento energético de resíduos”, conta o cientista.
Pelo andamento do projeto, em breve podemos ter mais uma fonte de energia limpa no Brasil. Para conhecer mais sobre o estudo, confira o artigo completo na página da fundação.
Fontes: Razões Para Acreditar, Ciclo Vivo, IPT
Texto produzido em 31/10/2019
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