26 de Setembro de 2025,10h00
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Um estudo coordenado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com o Instituto Mamirauá, revela um quadro alarmante: resíduos plásticos estão disseminados em ecossistemas terrestres e aquáticos da Amazônia, com riscos diretos à saúde de populações ribeirinhas e indígenas.
Publicado na revista científica Ambio, o artigo é a primeira revisão sistemática sobre poluição plástica no bioma.
Foram analisados 52 estudos revisados por pares, que identificaram desde macro até nanoplásticos em fauna, flora, sedimentos e água.
Segundo o epidemiologista Jesem Orellana, da Fiocruz Amazônia, o problema tem dimensões muito maiores do que se estimava.
“Revisamos uma gama de relatos sobre lixo e fragmentos de plástico em ambientes terrestres e aquáticos, o que indica um impacto muito maior do que a maioria das pessoas supõe”, conta Jesem.
Para a bióloga Jéssica Melo, primeira autora do artigo, a situação é preocupante, já que a Amazônia é a maior bacia hidrográfica do mundo e abriga o segundo rio mais poluído por plásticos do planeta.
“A contaminação de fontes importantes de alimentos e de água representa um grande risco para populações tradicionais. Também identificamos lacunas urgentes em pesquisas, como em fauna não piscícola e áreas remotas”, explica Melo.
O estudo reforça a necessidade de ampliar medidas de mitigação, especialmente gestão de resíduos e educação ambiental.
A publicação ocorre em um momento decisivo: o prazo estabelecido pela ONU para que 180 países apresentassem propostas para o primeiro tratado global contra a poluição plástica venceu em 14 de agosto, sem avanços significativos.
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