05 de Junho de 2024,18h00
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O Brasil recicla apenas 1,3% do plástico consumido, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mas por que a reciclagem de plástico ainda é tão baixa no Brasil?
Bom, primeiro é importante destacar que esse índice alarmante é resultado de uma equação que soma ineficiência de políticas públicas com falta de conscientização da população e de comprometimento do mercado com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS).
Em um país que produz 11 milhões de toneladas de lixo plástico anualmente, a baixa taxa de reciclagem do material é preocupante, principalmente quando falamos em plásticos de uso único.
Afinal, a taxa de reaproveitamento das embalagens plásticas, por exemplo, apesar de ser mais baixa que a do vidro (47%) e do alumínio (100%), chega aos 22%, índice muito superior aos 1,3% dos plásticos no geral.
Para se ter uma ideia do tamanho do problema dos plásticos descartáveis, de acordo com dados do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), aproximadamente 500 bilhões de itens são fabricados a cada ano no Brasil.
Ao mesmo tempo, informa a professora Priscila Borin Claro, falta infraestrutura adequada para coleta seletiva, separação e processamento dos resíduos plásticos com reciclabilidade.
“Além disso, existem diferentes tipos de plásticos, com diferentes composições químicas, o que dificulta o processo de reciclagem. A falta de padronização dos materiais e a necessidade de separação por tipo tornam tudo ainda mais dispendioso e complicado”, explica Claro, líder do Centro de Sustentabilidade e Negócios do Insper, em coluna publicada na Folha de SP.
Diante os dados e evidências citados acima, conseguimos entender por que a reciclagem de plástico ainda é tão baixa no Brasil.
Na primeira frente do problema, temos um mercado pouco comprometido com a economia circular – com honrosas exceções - regulado por uma legislação frágil, que atua praticamente sem nenhuma fiscalização.
Numa segunda frente, temos políticas públicas ineficientes e insuficientes em relação à cadeia da reciclagem e aos profissionais do setor, autônomos ou cooperados.
Para finalizar, existem poucas campanhas de conscientização e educação ambiental no país, principalmente as voltadas para o grande público.
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