14 de Maio de 2021,10h00
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Em muitos países do mundo, ainda é prática comum lavar as roupas nas margens dos rios. Essa é uma tradição secular que herdamos dos indígenas, sobretudo aqui na América Latina. Mas com o passar do tempo, essa cultura passou a ser nociva para o meio ambiente.
Infelizmente, o sabão em barra utilizado atualmente para lavar a roupa dos povos ribeirinhos acaba contaminando as bacias hidrográficas. E é exatamente dos rios contaminados que esses povos tiram seu alimento e a água para beber. Neles, também brincam suas crianças.
As consequências da contaminação incluem a disseminação de diferentes tipos de doenças e infecções, principalmente no trato intestinal. Foi pensando numa solução para esse grave problema que nasceu o projeto AWA.
Idealizada em pareceria entre a marca peruana de água mineral Andea, a agência de criação Fahrenheit DDB e a startup Cirsys, especializada em tecnologias sustentáveis, a iniciativa descobriu uma série de microrganismos com função probiótica que se alimentam de poluentes da água.
“Colocamos esses microrganismos em barras de sabão em pó. Intervimos na fórmula com os nossos probióticos para torná-las sustentáveis. Isso sem danificar sua estrutura ou reduzir a sua eficácia. Depois de vários testes, conseguimos converter um sabão comum em um produto para descontaminar a água do rio”, revela a equipe do projeto.
Dessa forma, durante o processo de lavagem das roupas, o sabão libera partículas que caem na água e correm pelos rios. “Graças à fórmula do nosso sabonete, as partículas aderem às pedras e algas, descontaminando os rios instantes após o contato”, explicam os pesquisadores.
A Andea afirma que as amostras coletadas antes e depois do uso do sabão indicam melhorias de até 75% na qualidade da água. Assim que foi confirmada a eficácia do novo produto, as barras de sabão sustentáveis passaram a ser distribuídas gratuitamente em uma série de comunidades que vivem às margens dos rios peruanos.
Além disso, o projeto decidiu se internacionalizar e passou a oferecer, gratuitamente, a nova teconologia para governos, organizações de defesa do meio ambiente e até mesmo para os grandes fabricantes de detergente e de sabão de lavar roupa do planeta.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, 844 milhões de pessoas ainda vivem sem saneamento básico no mundo. Desse total, cerca de 159 milhões dependem de águas superficiais ou não tratadas para sobreviverem. Por motivos óbvios, iniciativas como esta são fundamentais para manter rios e mananciais limpos.
Texto produzido em 14/05/2021
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