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Projeto quer ampliar coleta seletiva nos condomínios de São Paulo

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De acordo com a lei, condomínios com 50 unidades ou mais são obrigados a realizar a separação do reciclável. Foto: Kaique Rocha / Pexels

A cidade mais populosa do Brasil conta hoje com 50 mil condomínios, entre residenciais, comerciais e mistos. Considerada uma selva de pedras, São Paulo é responsável pela geração de 20 mil toneladas de lixo por dia, sendo 12 mil toneladas provenientes apenas de domicílios. Entendendo a necessidade de uma destinação mais sustentável e correta para o lixo, a administradora de condomínios Lello, responsável pela administração de dois mil condomínios na cidade, teve a iniciativa de criar um projeto responsável por gerenciar a coleta seletiva em condomínios: o Lello Recicla.

Em parceria com o Instituto Muda, o principal objetivo é incentivar a educação ambiental nas residências.

“Queremos viabilizar desde a implementação até a coleta dos resíduos nos condomínios residenciais”, conta Raquel Tomasini, gerente de produtos e parcerias da Lello Condomínios.

A iniciativa estimula o cumprimento da Lei nº 12.528, que diz que todos os condomínios com 50 unidades ou mais são obrigados a realizar a separação do lixo reciclável e a participar da Coleta Seletiva de Lixo no Estado de São Paulo.

De acordo com a administradora, a parceria com o Instituto Muda agregou soluções que a empresa precisava para implementar a coleta seletiva em seus clientes. Com o apoio institucional da Yunus Negócios Sociais Brasil, uma aceleradora que desenvolve negócios sociais pelo país por meio de seu fundo de investimentos, o projeto Lello Recicla se dá em cinco etapas desenvolvidas e aplicadas de acordo com a metodologia do Instituto Muda.

As duas primeiras fases focam no diagnóstico dos condomímios e na adequação da infraestrutura para a realização da coleta. Já a terceira etapa, fica responsável pelo treinamento e educação ambiental dos envolvidos no condomínio, visando maior adesão ao projeto.

"O treinamento é muito eficaz e contempla a todos, desde os colaboradores até os condôminos. Aqui no prédio, esse foi o grande diferencial", conta André Gomes Fazzolari, síndico do Condomínio Summit Alto de Pinheiros, que teve o projeto implementado há um ano e meio.

Programada de acordo com a necessidade de cada condomínio, a quarta e quinta fases dão conta da coleta dos recicláveis e da doação dos materiais às cooperativas, respectivamente. Parceiro de cinco cooperativas na capital paulista, o Instituto Muda faz a doação de todos os materiais coletados.

A Cooper Viver Bem, localizada na Vila Leopoldina, zona oeste da cidade, é uma das associações beneficiadas pelo projeto. Criada em 2004, conta atualmente com 76 colaboradores e é uma das poucas cooperativas que aceitam isopor, material considerado de difícil reciclagem pelo seu baixo custo. De acordo com Maria Tereza Montenegro, presidente da Cooper Viver Bem, eles coletam cerca de 9 toneladas por dia de resíduos recicláveis. "A parceria com o Instituto Muda ajuda muito a gente. A cooperativa faz a venda do material e os colaboradores recebem uma porcentagem em cima das vendas conforme suas horas trabalhadas e seu desempenho”, conta. 

No mercado há 10 anos, o Instituto Muda atende atualmente 15 condomínios pelo Lello Recicla. A administradora faz a intermediação da empresa com os síndicos, que recebem um informativo referente ao projeto e sinalizam o interesse de participar. “Cem por cento da operação é realizada pelo Instituto, desde o diagnóstico, passando pelos treinamentos e pela produção dos contêineres, até a etapa da coleta. Nosso objetivo é melhorar e expandir a coleta seletiva em São Paulo”, diz Alexandre Furlan, fundador da organização.

Só ganhos

Além da geração de renda para associações e entidades, a coleta seletiva eficiente resulta em uma disseminação da educação ambiental e no impacto positivo para o meio ambiente. “O condomínio tem a possibilidade de implementar a conscientização social”, explica a gerente.

Em um processo que leva cerca de quatro a cinco meses de implementação, o Lello Recicla busca orientar e estimular os moradores e funcionários dos condomínios desde o primeiro dia de treinamento. "Após o início da coleta, começamos a mostrar os resultados através do estudo de resíduos que realizamos para entender como está a qualidade do material. Posteriormente, fixamos 30 modelos de comunicação pelos elevadores, que são trocados semanalmente durante 3 meses", complementa Furlan.

Para o síndico do Summit Alto de Pinheiros, o projeto foi a cereja do bolo. “Os treinamentos tiveram adesão de 100% dos moradores e estimulamos a cultura da sustentabilidade. Meu filho pequeno, por exemplo, sempre que  vai colocar algo no lixo pergunta em qual deve jogar, se é reciclável ou não”, conta animado. Atualmente, o condomínio produz ao todo cerca de 13 toneladas de resíduos recicláveis ao ano.

“De acordo com os relatórios que recebemos, apenas 2% do que o prédio envia como coleta não é utilizado, o restante é todo reciclado”, afirma Fazzolari.

Cleonice Boiati, síndica do Maison Medeleine, no Cambuci, já está animada pela possibilidade de implantação do projeto e estima que a coleta seletiva contará com o engajamento dos moradores. “Certamente vamos fazer. Esse tema não pode ficar esquecido, tem que ser trabalhado. A sustentabilidade tem que estar mais presente”, completa.

 

Texto produzido em 19/12/2018


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