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O trabalho para aumentar os níveis de reciclagem em São Paulo ganhou um novo apoio. Um projeto desenvolvido pela Samsung em parceria com o Instituto Paulo Freire está alfabetizando e iniciando digitalmente integrantes das cooperativas de reciclagem da capital.
Desenvolvido desde outubro do ano passado, o “Alfabetização Cidadã – da digital ao digital” vislumbra atender 300 pessoas analfabetas ou analfabetas funcionais, a maioria delas membros das cooperativas. A denominação tem como base o fato de os analfabetos usarem as impressões digitais para assinarem o nome.
O objetivo do projeto é ensinar a ler e a escrever, utilizando equipamentos de TV e celulares. Paralelamente, são trabalhadas a iniciação a equipamentos como smarphones e tablets e a discussão de conteúdos de conscientização socioambiental.
As aulas, que ocorrem duas vezes por semana, são ministradas nos locais de trabalho – no caso, as cooperativas. Têm duas horas e meia de duração e turmas de até 10 pessoas, com idades que variam dos 18 aos 83 anos. Além das cooperativas, há também a participação de ONGs que atendem a comunidade do entorno onde atuam.
A iniciativa começou na Coopermiti, que serviu de piloto para a criação do programa. “É uma iniciativa importante, porque as cooperativas além da inclusão social, devem ter como premissa a capacitação e a evolução de seus cooperados”, diz Alex Luiz Pereira, diretor da Coopermiti, pioneira no Brasil em reciclagem de eletroeletrônicos.
A lista completa das cooperativas que já aderiram ao projeto pode ser vista aqui.
O projeto disponibiliza aos alunos material didático, lanche e vale-transporte para incentivar a participação contínua. As aulas estão sendo ministradas com apoio de televisores, notebooks e smartphones oferecidos pela Samsung, que é responsável pelo financiamento de toda a iniciativa, cabendo ao Instituto Paulo Freire a curadoria e suporte técnico.
Os equipamentos auxiliam no processo de alfabetização com o aplicativo Palma Escola, da IES2, que combina sons, letras, imagens e relatórios, facilitando o desenvolvimento da aprendizagem. Segundo a Samsung, houve doação de smartphones aos alunos cooperados.
“A Samsung tem tecnologia, inovação e pessoas como prioridade, por isso se preocupa em oferecer não só produtos inovadores, mas também serviços e benefícios exclusivos, além de programas socioambientais impactantes, que ajudam as pessoas a desafiarem barreiras”, diz Andréa Mello, diretora de Marketing Corporativo e de Consumer Electronics da Samsung Brasil.
O Instituto Paulo Freire foi escolhido para executar a parte técnica do projeto por ser referência no desenvolvimento de programas de pesquisa e educação continuada. Atualmente, a entidade, uma organização não-governamental, atua em quatro áreas: Educação de Adultos, Educação Cidadã, Educação Popular e Educação em Direitos Humanos.
Para tal, segue o método do educador Paulo Freire (1921-1997). Autor de Pedagogia do Oprimido (1968) e de outras obras consideradas referenciais pelos pedagogos modernos, Freire criou metodologia de ensino que, resumidamente, em vez de obrigar os alunos a se adaptarem ao sistema de ensino tradicional, usava o cotidiano do alunado (bem como suas dificuldades econômicas e sociais) para conectá-la ao conhecimento e promover o aprendizado e a reflexão.
Segundo ela, a meta do projeto é abrir as portas do mundo digital para os catadores e contribuir “para a criação de um futuro sustentável”. Há também outra premissa de fundo, voltada ao público que, no Brasil, pouco conhece sobre reciclagem, segundo recente pesquisa realizada pelo Ibope encomendada pela Ambev: a de divulgar a importância da coleta seletiva e o descarte consciente para o meio ambiente.
“Com essa iniciativa também queremos chamar a atenção dos nossos consumidores para a importância do descarte consciente e convidamos todos a serem salvadores do nosso planeta”, complementa Andréa.
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