19 de Dezembro de 2020,04h48
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Na área continental da cidade de Santos, no litoral sul de São Paulo, o Aterro Sanitário Sítio das Neves tem planos para abrigar uma usina de produção de energia a partir do lixo. A operação consiste na queima de resíduos (chamado cientificamente de termovalorizar), transformando o calor em energia renovável.
A iniciativa terá capacidade de produzir cerca de 50 megawatt-hora (MH/h), o que corresponde a atender energeticamente uma cidade de aproximadamente 250 mil habitantes. Para se ter uma ideia do tamanho, isso seria equivalente ao município de Cotia, na região metropolitana de São Paulo.
Esse tipo de tecnologia chama-se URE, Unidade de Recuperação Energética, e a responsável por esse projeto assim como pela administração do Aterro Sítio das Neves é a Terracom, uma empresa ambiental.
A companhia informou à imprensa regional que aguarda o licenciamento ambiental de órgãos públicos para que o projeto saia do papel, por isso ainda não há previsão para o início das obras.
Além disso, também consta no projeto a ampliação da área do aterro, que aguarda aprovação das autarquias competentes para o aumento do espaço. A nova estrutura prolongaria o tempo de vida do local.
De acordo com o diretor da Terracom, Mello Neto, em entrevista a um jornal da Baixada Santista, essa nova área tem 40 mil metros quadrados e está nas proximidades do aterro. Segundo ele, o novo espaço será capaz de receber resíduos sólidos da região por mais sete anos.
O projeto da URE para a Baixada Santista é baseado na que já existe na cidade de Barueri, na grande São Paulo, a primeira construída no país, e que tem previsão para funcionar ainda esse ano. A planta tem capacidade para receber 825 toneladas de resíduos sólidos por dia e, desde 2016, aguarda a liberação dos órgãos ambientais para operar.
Essas novas tecnologias são uma alternativa para ajudar a sanar o problema mundial do lixo a fim de reduzir o volume de resíduos. Contudo, esse tipo de prática possui aprovação de alguns especialistas enquanto outros profissionais ambientais demonstram resistência.
Victor Francisco, engenheiro mecânico especialista em tecnologias verdes, é do time que é favorável ao projeto. “Não vejo nenhum tipo de desvantagem, principalmente porque aliviará o excesso de resíduos que são encaminhados para o aterro”, disse.
De acordo com Victor, cerca de 80% do lixo urbano é resíduo orgânico, o que pode ser um bom combustível para manter a tecnologia. Sem falar, que ela pode ser muito importante para a recuperação de rios e afluentes das cidades já que estará destinando corretamente os resíduos e ainda por cima em grande escala.
O profissional também explica que esse tipo de iniciativa já é bastante comum em países europeus, inclusive alguns deles até importam lixo de outras regiões para que a URE gere energia.
“A Suécia, por exemplo, compra resíduos de outros países para manter a tecnologia funcionando”.
Texto produzido em 27/02/2020
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