23 de Setembro de 2019,12h00
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No dia 21 de setembro, em uma manhã fria e com um pouco de garoa, cerca de 5.500 voluntários acordaram cedo e se espalharam por mais de 60 pontos da capital paulista para uma tarefa que acontecia simultaneamente em mais de 157 países: limpar o planeta.
Conhecido como Dia Mundial da Limpeza, ou World Clean Up Day, o projeto é considerado a maior ação cívica da história e a capital foi uma das 1.200 cidades brasileiras que participaram do movimento. No Brasil, a iniciativa é organizada pelo Instituto Limpa Brasil – Let’s do It! em parceria com a Teoria Verde, instituições voltadas para a educação e promoção da conscientização ambiental da população.
Edilainne Muniz, coordenadora do Limpa Brasil, enfatiza que sair às ruas e limpar nossas cidades é um exercício prático de cidadania.
"Mais do que isso, podemos verdadeiramente entender melhor nosso papel quanto ao cuidado e a preservação do meio ambiente”, disse.
Para dar a largada aos trabalhos voluntários em toda a capital paulista, o Parque Villa-Lobos, na zona oeste, foi o local escolhido para a abertura oficial das ações. Entidades, autoridades governamentais, trabalhadores da limpeza e voluntários estavam no local a postos para zelar pelo parque.
Quem chegou no parque às 7h30, de luvas e carregando um saco plástico para descarte, foi Cornélia Catharina Leidinger, de 67 anos, uma das voluntárias que se prontificou a recolher os resíduos no Villa-Lobos. “O objetivo não é deixar apenas o local limpo, mas também aprendermos a nos conscientizarmos de que um material descartado no local certo já faz toda a diferença. Essa é a segunda vez que participo e estou vendo muito mais adesão da população de São Paulo na ação”, disse a voluntária.
“Além dos voluntários, devemos nos lembrar daqueles que estão fazendo a diferença no mundo ativamente e fazem a limpeza diária de nossas ruas”, disse Marcos Penido, secretário de Infraestrutura e Meio Ambiente do Estado de São Paulo ao entregar medalhas para homenagear os trabalhadores da limpeza da cidade na abertura oficial das ações.
Edson Tomaz de Lima Filho, presidente da Autoridade Municipal de Limpeza Urbana (Amlurb) afirmou sobre a importância de valorizar os colaboradores que de maneira silenciosa atuam na conservação da cidade.
“São 18 mil pessoas que todos os dias varrem cerca de 6 a 8 mil toneladas de resíduos e aproximadamente 6 mil coletores que recolhem em torno de 12 mil toneladas. Seria muito mais fácil se todos colaborassem para o trabalho desses profissionais descartando corretamente”, explicou Edson Tomaz de Lima Filho.
Givana Maria da Silva e Fabiana Honória da Silva, de 29 e 40 anos, coletoras de materiais recicláveis da Loga e da Ecourbis, respectivamente, concessionárias que fazem a coleta de resíduos em São Paulo, foram duas das homenageadas no evento. “É importante que nosso trabalho seja reconhecido. Além de fazer a coleta, também damos orientações para a população de como separar o lixo em nosso dia a dia”, contou Givana.
Também feliz com o reconhecimento, Fabiana diz que a ação é essencial para que os voluntários entendam a importância do trabalho de um coletor. “Além disso, o evento de hoje é muito importante para que todos possam ajudar o planeta”, conta a colaboradora.
Consciente sobre a importância de zelar pelo planeta, o engenheiro civil, Antônio Flávio Alvarez, de 52 anos, trouxe a filha de 11 anos, Beatriz Alvarez, para limpar o parque, local que costuma frequentar com a família.
“É muito importante as crianças já começarem a ter e praticar a educação ambiental. Incentivo minha filha a respeitar o meio ambiente”, conta o pai.
Como parte das atividades, a pequena também teve a oportunidade de plantar um ipê roxo no local. “Foi muito legal fazer isso. Gostei muito”, disse.
Ao final, todos os resíduos coletados no parque foram entregues em três tendas montadas pelo IT+, Instituto Terra Meio Ambiente e Inclusão Social, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público. Voluntários receberam vidros, plásticos, papeis, papelões, metais, embalagens cartonadas, isopores, pilhas, baterias e óleo de cozinha que foram separados no local e enviados para empresas compradoras de recicláveis.
Ao total foram cerca de 420 quilos de materiais recicláveis coletados no parque e 166 quilos de cocos. Eles foram transformados em adubo e as fibras das cascas enviadas para confecção de artesanato.
Já de acordo com o Instituto Limpa Brasil, o Dia Mundial da Limpeza movimentou, em nível nacional, cerca de 500 mil voluntários que recolheram 6 mil toneladas de resíduos descartados incorretamente em todo o país.
Texto produzido em 23/09/2019
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